Edital de 450 MHz não trará novos players ao setor; para a 4G, disputa será entre os players atuais

Provou-se frustrada a intenção da Anatel e do Ministério das Comunicações de que o edital de venda das faixas de 2,5 GHz e 450 MHz traria novos players para o setor. A agência recebeu nesta terça, 5, os invólucros com as propostas de preço, os documentos de habilitação e de regularidade fiscal dos interessados em participar do leilão. A AINMET, controladora da empresa sueca Net1, que explora a faixa de 450 MHz na Suécia, era a mais cotada para disputar a faixa, mas não apresentou proposta. A julgar pelo teor do seu pedido de impugnação do edital, o que afastou a companhia do mercado brasileiro foi o valor de R$ 1,8 bilhão da garantia para o cumprimento dos compromissos de cobertura da faixa exigido pela Anatel.

Notícias relacionadas
Com a ausência da Net1, recai sobre a Oi a expectativa de arrematar a faixa de 450 MHz. Há quem acredite, contudo, que a empresa não enxergue possibilidade de ter lucro com a operação na área rural. A Anatel não informa se a empresa fez proposta pela faixa  – que neste caso é uma redução no preço de uma cesta de serviço. A operadora, inclusive, realizou testes em diferentes regiões do Brasil para conferir na prática como se comporta a propagação do sinal na faixa.

Outra notável ausência do leilão é a da Algar Telecom. A companhia pleiteava durante a fase de consulta pública que houvesse faixas divididas em blocos regionais. A solicitação foi atendida pela Anatel que transformou a faixa P (10 MHz + 10 MHz com tecnologia FDD), antes nacional, em regional e fez o mesmo com a U (35 MHz), além de ter agregado a T (15 MHz) nas áreas onde houver renúncia da operadora de MMDS, tranformando-a em um bloco de 50 MHz em tecnologia TDD. Tudo isso, contudo, não foi suficiente para que a operadora optasse pela participação na disputa. A outra operadora regional, Sercomtel, também está fora da disputa, assim como a Nextel, que ainda não ativou a sua rede 3G e dificilmente daria um novo salto tecnológico. Outra ausência foi a GVT.

Além da Oi, entregaram propostas: Claro e Americel. ambas do grupo America Móvil; Intelig e TIM; a Vivo; a TV Filme Brasília (Sky); e a Sunrise, que foi comprada por um fundo de investimento administrado pelo investidor norte-americano George Soros. Essas duas últimas devem disputar as faixas U e U+T que são TDD. A faixa U será licitada para os complementos das áreas de registro quando houver operadora de MMDS que não renunciou. Já a U+T será licitada para as áreas de MMDS cujas operadoras tenham renunciado para participar do leilão. Espera-se da Sunrise a disputa por cerca de duas a três dezenas de cidades no interior paulista. A Sky teria interesse em completar a sua cobertura nas grandes capitais. Hoje ela já tem operações de MMDS em várias cidades, incluindo Brasília, Belo Horizonte e algumas capitais do Nordeste. Seu foco estaria nas cidades do Rio e São Paulo, onde a Telefônica deve renunciar as faixas de MMDS.

Já as faixas FDD (W, V1, V2, X e P) devem ser disputadas pelas atuais operadoras do SMP que já estão no mercado de celular: Vivo, Claro, TIM e Oi. Com exceção da faixa P, recairão sobre as demais os compromissos do 450 MHz caso esta faixa não seja arrematada isoladamente, como parece ser o caso. As faixas W e X têm 20 MHz + 20 MHz cada, enquanto V1, V2 e P têm 10 MHz + 10 MHz. Na primeira rodada, o limite será de 40 MHz, o que impede que uma mesma empresa adquira duas faixas de 20 MHz + 20 MHz, ou uma de 20 MHz + 20 MHz e outra de 10 MHz + 10 MHz. Na segunda rodada, o cap é elevado para 60 MHz. Aí será possível que uma empresa que tenha arrematado uma faixa de 20 MHz + 20 MHz arremate outra de 10 MHz + 10 MHz que eventualmente tenha sobrado da primeira rodada.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!