O governo finalizou o Plano Nacional de Data Centers, que está sendo apresentado pelo Ministro da Fazenda Fernando Haddad esta semana a empresas de tecnologia nos Estados Unidos. Um dos principais pontos da proposta brasileira está no regime especial que o governo pretende conceder às empresas que instalarem data centers no Brasil. Os detalhes do plano foram adiantados pelo portal UOL.
A agenda internacional do ministro brasileiro nesta segunda-feira, 5, inicia com uma reunião bilateral com a CFO do Google, Ruth Porat. Depois, Fernando Haddad tem em São Francisco, também na Califórnia, uma reunião bilateral com o CEO da NVIDIA, Jensen Huang, e depois fará uma visita às instalações da empresa.
O regime especial, chamado de Redata, haverá um regime tributário diferenciado que será concedido às empresas que cumprirem requisito de sustentabilidade; reserva de poder computacional para o mercado brasileiro e; exigência de investimentos em pesquisas relacionadas no Brasil.
O governo espera atrair R$ 2 trilhões em investimentos, ao logo de 10 anos. O Redata está previsto para ser enviado ao Congresso Nacional por meio de Medida Provisória até a segunda semana de maio, para depois ser regulamentado.
O assessor especial do Ministro da Fazenda, Igor Marchesini Ferreira, disse, em evento organizado pela Anatel, em fevereiro, que atualmente é 60% mais caro contratar um serviço de data center no Brasil do que na Virginia, nos EUA.
Segundo o representante da Fazenda, o Brasil hoje não consegue atender às próprias necessidades de serviços de data center. "Temos 60% da carga digital do Brasil rodando fora do País. Arriscaria que poucos serviços públicos no Brasil conseguem rodar fora dos data centers da Virgínia (EUA)".
Agenda
A agenda de data center foi apresentada por Fernando Haddad ao Congresso em fevereiro deste ano. Na ocasião, Haddad destacou ainda a alta capacidade de produção de energia renovável que o Brasil supostamente dispõe para alimentar as estruturas de data centers.
No Plano Nacional de Data Center elaborado pelo Ministério da Fazenda, o aspecto da sustentabilidade ganha destaque ao propor que os data centers que operarem no Brasil utilizem energia 100% renovável e limpa, a exemplo da solar ou eólica, para terem acesso aos benefícios. Também exigi-se alta eficiência energética e hídrica, com baixo consumo de água.
As empresas deverão ainda reservar 10% da capacidade técnica dos data center para o mercado doméstico para atender empresas, projetos de pesquisa ou universidades, assim como políticas públicas focadas em tecnologia. Essa capacidade pode ser tanto vendida quando doada.
Por fim, também deverão contribuir com 2% de sua receita para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico (FNDIT), que financiará pesquisas relacionadas a data centers.