Concluída em abril, a venda da operação móvel da Oi para TIM, Vivo e Claro permitiu o pagamento de R$ 11,4 bilhões em dívidas da operadora, detalhou a empresa nesta quinta-feira, 5.
Além dos R$ 4,6 bilhões pagos ao BNDES, dois financiamentos extraordinários realizados para sustentar o caixa enquanto a venda não era aprovada também foram liquidados a partir dos rendimentos: R$ 4,4 bilhões em bonds que venceriam em 2026 e mais R$ 2,4 bilhões do empréstimo ponte garantido pela venda da Oi Móvel.
Dessa forma, o saldo de caixa com a venda da Oi Móvel ficou em R$ 3 bilhões. Pelos ativos, a empresa recebeu R$ 14,4 bilhões em imediato, além de R$ 1,4 bilhão que ainda estão retidos pelas compradoras para eventuais ajustes (totalizando assim R$ 15,9 bilhões).
Endividamento
A Oi encerrou 2021 com dívida total de R$ 35,8 bilhões e líquida de R$ 32,5 bilhões. Segundo o CEO da empresa, Rodrigo Abreu, depois da primeira leva de pagamentos com os rendimentos da venda da Oi Móvel, a expectativa é seguir reduzindo a alavancagem a partir de mais entradas de recursos com a venda de ativos.
Neste sentido, o executivo manifestou expectativa de uma conclusão imediata na transação da InfraCo (V.tal) – o assunto está na pauta de reunião da Anatel nesta quinta-feira (NR – A operação foi aprovada, conforme esperado). Se confirmada a anuência da reguladora, recursos da venda do controle da V.tal para o BTG Pactual devem começar a entrar ainda em maio, junto ao fechamento da operação.
Dividido em parcelas, o montante pago pela fatia no negócio de infraestrutura deve totalizar R$ 10,5 bilhões até o fim de 2023. Neste caso, a venda dos ativos da Oi teria totalizado R$ 26,4 bilhões, incluindo a operação móvel.
Entre os compromissos que a operadora ainda precisa resolver na rota de desalavancagem estão debêntures conversíveis da V.tal (R$ 2,8 bilhões), dívidas com bancos locais (R$ 5,8 bilhões), com agências de crédito à exportação (ou ECAs, no valor de R$ 4,6 bi) e bonds qualificados estimados em R$ 8,9 bilhões.
