A anuência prévia dada pelo Conselho Diretor da Anatel nesta quinta-feira, 5, para a operação de transferência do controle da Oi na V.tal para os fundos geridos pelo BTG Pactual foi comemorada pela operadora e empresa de rede neutra. Apesar de já ter as aprovações regulatórias necessárias (o Cade já havia aprovado), a conclusão da operação ainda deverá depender do cumprimento de condição para a anuência prévia e a finalização de detalhes entre as partes envolvidas.
O presidente da Oi, Rodrigo Abreu, destacou que a transação é uma etapa fundamental no processo de reestruturação da companhia, iniciada com o aditamento ao plano da recuperação judicial em 2020. E lembrou ainda que a proposta de rede neutra de grande porte deverá ajudar no 5G e a tornar a operadora uma empresa menos focada em ativos. Porém, não falou na questão financeira da operação, que teve valor total de R$ 12,9 bilhões em julho do ano passado.
"Com a aprovação da anuência prévia da Anatel para a operação da V.tal, a Oi completa a mais uma etapa fundamental para o processo de transformação da companhia, que se tornará uma empresa mais centrada no cliente, mais leve e ágil. A Oi também está dando sua contribuição para a evolução regulatória ao lançar, com pioneirismo, o modelo de rede neutra, fim a fim, com a V.tal. A empresa trará mais competição ao mercado de infraestrutura e contribuirá para a expansão da fibra, permitindo assim a massificação da Internet, do 5G e o aumento da inclusão digital no país", destacou Abreu. A empresa também se torna bem menor em receitas: com base no balanço de 2021, a Nova Oi nasce mantendo um portfólio de serviços que geraram pouco mais de R$ 10,2 bilhões em receitas no ano passado, contra R$ 18,7 bilhões com a empresa "completa", em 2020.
A V.tal também enviou posicionamento destacando o tamanho da empresa de infraestrutura e lembrando que, ao chegar à conclusão da transação, deverá ser indicada uma nova diretoria executiva da antiga InfraCo. Além disso, haverá a segregação total da Oi, ainda que a operação e toda a área de atacado da operadora já tivesse migrado para a nova empresa, separada por uma espécie de "chinese wall".
"Com a aprovação da Anatel, concluímos hoje mais uma etapa do processo de alienação de controle e gestão da V.tal para a Globenet e para os fundos de investimentos geridos pelo Banco BTG Pactual. Desde o ano passado, a V.tal já atua como empresa pioneira de rede neutra de conectividade fim a fim do mercado brasileiro e conta com 16 milhões de casas passadas com internet de fibra ótica e tem a perspectiva de atingir 32 milhões até 2025. Já temos diversas operadoras e provedores usando a nossa rede neutra e esperamos aumentar esse número de forma significativa nos próximos meses. Com essa aprovação, partimos, internamente, para o processo de fechamento do acordo para o futuro controlador, que culminará com a indicação e nomeação da nova diretoria executiva da V.tal e a segregação total da companhia. Assim, avançamos firmes com o nosso plano de investimentos de R$ 30 bilhões para acelerar o negócio de redes neutras no Brasil."
Até 2025 a Oi diluirá sua partipação na V.tal (que será seu único ativo que realmente importa) e estará pronta para quebrar e devolver a outorga para o Estado.