Projeto do MCTIC para Internet nas UBSs aumenta capilaridade da fibra para residências

Foto: Pixabay

Terminou na última quinta-feira, 30 de abril, o prazo para que as empresas escolhidas no chamamento público da Rede Nacional de Pesquisas (RNP) ativarem conexões de Internet nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). O programa, uma parceria da instituição com o Ministério da Saúde e o da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), visa promover o acesso a banda larga nesses postos para ajudar no combate à pandemia do coronavírus (covid-19). Para o presidente da associação de operadoras competitivas TelComp, João Moura, a iniciativa de conectar mais de 16 mil UBSs terá como efeito colateral também o aumento da capilaridade da rede para o consumidor final

"As instalações estão sendo feitas todas com contratos de dois anos, vai ficar o legado", declara ele ao TELETIME em entrevista por telefone na semana passada. Moura explicou que, até aquele momento, ainda faltavam alguns ajustes com o Ministério da Saúde sobre os locais e velocidades desejados, mas que já havia movimentação para adiantar a infraestrutura. "Está super avançado, já tem gente na rua implantando fibra, preparando tudo para botar [as UBSs] para rodar", disse. 

O efeito desse legado é que, se o provedor está levando a infraestrutura da Internet até as unidades básicas, poderá aproveitar para também comercializar capacidade usando essa extensão da rede. "É o tipo de movimento que gera efeito multiplicador interessante, porque no caminho [da fibra] passa em casas que também não estavam atendidas e aí colocam para vender", explica. "Tem potencial de crescimento por meio da demanda do serviço público que será feito."

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Na opinião do executivo, o MCTIC e o Ministério da Saúde poderiam inclusive aproveitar o projeto da RNP para conectar as unidades básicas para atualizar o Plano Estrutural de Redes de Telecomunicações (PERT) da Anatel. "São 16 mil lugares que não tinham nada, e agora estão ligando as redes, e para isso têm fibra em boa parte delas", destaca. A iniciativa da RNP dá preferência por fibra, embora também aceite como segunda e terceira opções o rádio (com espectro licenciado) e a conexão por satélite. 

Outros setores

Moura também cita os projetos de conectividade em instituições de ensino, que agora investem em ensino a distância. "Parece claro que as universidades e escolas que fizeram EAD a toque de caixa não vão desativar isso do dia para noite; vão usar a infraestrutura para acelerar o que já deveriam estar fazendo", afirma. "Acho que a transformação digital acelerada pela crise vai deixar um legado aí para o futuro que representa mais necessidade de rede, mas, sem dúvida nenhuma, mais investimento das teles para reforçar as redes", analisa.

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