SES aumenta participação para assumir controle da O3b Networks

A operadora de satélites SES pagará US$ 20 milhões para aumentar sua participação no capital da O3b Networks de 49,1% para 50,5%, ganhando assim o controle acionário da empresa. Segundo informou a operadora nesta quinta-feira, 5, em comunicado, o investimento agregado em participação na O3b será elevado para US$ 323 milhões. Além disso, uma vez que a fusão tenha aprovação regulatória – a companhia espera que isso aconteça ainda no segundo semestre deste ano -, a SES consolidará a dívida líquida da O3b, atualmente em US$ 1,2 bilhão. Acredita também que a transação deve gerar retornos que superem a taxa mínima de retorno (hurdle rate) para investimentos em infraestrutura.

Após essa transação, a O3b deveria avaliar um processo de oferta pública inicial (OPA) para os 49,5% restantes das ações após o aumento de participação da SES. Como não o fez até o dia 29 de abril, a SES poderá então adquirir toda a participação restante no valor base de US$ 710 milhões, ajustado com juros. Se assim optar, a operadora deverá procurar potenciais fontes de financiamento, incluindo mercado de capitais, desde que honrando compromisso de manter avaliação de crédito de grau de investimento. Os acionistas da O3b terão ainda opção de venda seus papéis a partir de 1º de outubro de 2017 caso não tenha sido lançada a OPA, com a obrigação de a SES adquirir todas as ações no mesmo valor base de US$ 710 milhões.

Com o controle acionário, a SES poderá expandir a cobertura com a rede de órbita média da O3b, em operação desde setembro de 2014. Assim, aumentará a capacidade nas áreas corporativa, móvel e governamental, acrescentando pacotes de produtos e clientes da nova subsidiária. E ainda acredita que haverá "aperfeiçoamento das bases da SES" para um crescimento sustentável, já que prevê forte crescimento da O3b.

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Perfil

A O3b conta com constelação de 12 satélites de alto throughput (HTS) em órbita terrestre média (MEO) e localizados a cerca de 8 mil km da superfície. Por estarem mais próximos da Terra, são capazes de oferecer capacidade de 1.6 Gbps e latência de menos de 150 ms. Conta atualmente com mais de 40 clientes corporativos, móveis e governamentais em 31 países, sendo que metade desses clientes já aumentou "compromissos iniciais de serviço". Os contratos somam um valor assegurado de US$ 350 milhões, e entre os parceiros estão a Digicel Pacific, Royal Caribbean Cruise Lines, American Samoa Telecom, Speedcast, Rignet, Bharti International (Airtel), Timor Telecom, CNT Ecuador, Entel Chile e, por meio da divisão SES Government Solutions, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA).

A O3b adquiriu recentemente mais oito satélites, quatro deles com lançamentos previstos para o primeiro semestre de 2018, e o restante para a segunda metade de 2019. A SES acredita que a futura subsidiária possa gerar mais de US$ 100 milhões em receitas em 2016, o dobro do registrado em 2015 – o que faz parte dos critérios da SES para assumir o controle, incluindo "melhora significativa do EBITDA". A consolidação deverá incrementar o fluxo de caixa livre da controladora até 2018 e aumentar a receita líquida até 2018 e 2019. Como parte do acordo, a transação levará ao reconhecimento de ganhos de aproximadamente US$ 500 milhões por conta da" remensuração do valor justo da participação minoritária atual" na O3b. A SES espera ainda que a avaliação de crédito das agências Standard & Poor's e Moody's seja reafirmada em BBB/Baa2.

No comunicado, o presidente e CEO da SES, Karim Michel Sabbagh, explica que a transação é "um importante passo para a execução da estratégia diferenciada da SES" e destaca as aplicações de baixa latência dos satélites de órbita média da O3b. Sabbag diz ainda que o perfil de crescimento de longo prazo será aumentado, gerando receitas anuais entre US$ 32 milhões e US$ 36 milhões por satélite em condições normais.

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