Programadores e operadores debatem a polêmica dos "pacotes magros"

Chegou a hora de mexer nos formatos tradicionais de empacotamento de canais? O debate, que não é novo, ganhou fôlego com a decisão, semana passada, da ESPN de processar a Verizon nos EUA por suposta quebra de contrato. A operadora está oferecendo o que a indústria chama de “skinny bundles”, ou, literalmente, pacotes magricelos, com menos canais e mais baratos. O tema foi pauta de um debate nesta terça, 5, na INTX, em Chicago.

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“Os assinantes são muito claros, faz tempo, de que querem mais opções e preço melhor. No fim, a maioria vai continuar querendo os pacotões, mas nossas pesquisas com os assinantes que cancelam o serviço mostram que eles tem mais possibilidades hoje de escolher plataformas mais econômicas, e que acreditam que não assistem o suficiente para justificar o preço do cabo”, disse Kathy Payne, chief programming officer da Suddenlink, operadora americana de TV a cabo.

“Nos próximos anos haverá mais experimentos (com pacotes). É do nosso melhor interesse não perder assinantes, então se conseguirmos soluções ‘ganha-ganha’ criativas com os programadores será bom para todos”, concluiu.

Para Tonia o’Connor, presidente de distribuição de conteúdos da Univision, experimentar é importante. “Não somos ingênuos quanto à ruptura, e como diferentes consumidores têm diferentes necessidades. É muito cedo para prever o fim dos pacotes ou da TV paga. Há ainda muita oportunidade. Nossos interesses com os operadores são 100% alinhados, se ela tiver mais assinantes, ganho mais. Não é só o empacotamento que conta, mas toda a proposta de valor”. Ela diz, por exemplo, que há ainda muita confusão do assinante em relação ao TV Everywhere. “Muitas vezes o assinante paga um extra para o Hulu ou Netflix para ver um conteúdo que está incluído na sua assinatura e disponível on-demand, mas ele não sabe”, queixa-se.

Embora diga que não quer falar especificamente do caso da Verizon, Mike Biard, da Fox, alfinetou: “Temos que trabalhar juntos. Vai haver evolução na forma de distribuição. Romper os acordos de distribuição nao funciona para ninguém no longo prazo”.

Para ele, os pacotes de pay tv ainda são o melhor valor em entretenimento que alguém pode conseguir. “Eles (assinantes) não estão saindo porque tem muito conteúdo. Só querem pagar menos. A Verizon divulga que pessoas só assistem dez canais, mas a pratica mostra que ao longo de um mes elas assistem muito mais, nossas pesquisas mostram que assistem 30, 40 canais”, contou.

Kathy, da Suddenlink, aproveitou para pedir uma “ajudinha” dos programadores. “Queremos mais flexibilidade nos empacotamentos, porque se não conseguirmos conquistar os assinantes, todos perdem… Também queria pedir que aumentassem menos os valores e não exigissem a distribuição de novos canais, mas isso é impossível”, disse, rindo.

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