Com novas abordagens, operadores de TV tentam uma resposta ao OTT

As operadoras de TV por assinatura norte-americanas seguem firme na defesa dos modelos tradicionais, mas a realidade trazida pelos operadores de vídeo sobre as redes banda larga (OTT)  pode estar começando a criar um desconforto com o principal fundamento da indústria tradicional: o empacotamento de canais. Para Balan Nair, CTO da Liberty Global, uma das maiores operadoras de cabo do mundo, "em geral os pacotes têm um monte de conteúdos subsidiados por um único canal. É um modelo de subsídio que não faz sentido, alguém tem que botar um freio nisso e a Verizon está fazendo o que as pessoas realmente querem", disse ele, ao elogiar a iniciativa da operadora de telecomunicações, que começou a "desempacotar" os canais de algumas programadoras vendendo pacotes mais segmentados. "Se começarmos a cobrar somente pelo que é assistido, não sei se isso será do interesse dos programadores", disse ele em sessão durante a INTX 2015, que acontece esta semana em Chicago.

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"Acho importante que empresas como a Apple estejam trabalhando em um novo modelo, mostrará muitos caminhos, mas não acho que será tão fácil assim para eles", disse ele, ao responder a questionamentos sobre uma eventual concorrência da Apple na oferta de pacotes de conteúdos não lineares. Para Balan, as rupturas estão acontecendo em todas as frentes. "O desafio é convencer os parceiros de que existe viabilidade nos modelos. Acho que hoje poucas pessoas ainda assistam de maneira linear, mas ainda consomem conteúdos". O desafio, segundo o executivo, é convencer os nossos parceiros tradicionais que os conteúdos precisam estar em uma plataforma, em uma biblioteca para distribuir em qualquer lugar. "O problema é que de um lado o programador quer mais receitas e o distribuidor quer melhorar o modelo,  e estamos discutindo isso há uns três anos".

Já a operadora Cablevision tem preferido uma nova abordagem: optou por pacotes baratos, em que distribui banda larga combinada com TV aberta e serviços OTT, inclusive Netflix. Segundo a COO da Cablevision, Kristin Dolan, essa é uma das respostas possíveis para uma economia mais desafiadora e onde as pessoas tê opções mais baratas. "Temos que lembrar que estamos competindo com provedores de conteúdo que cobram menos e oferecem mais flexibilidade", disse, referindo-se aos provedores OTT.

Para a executiva Jill Campbell, COO da Cox, a ruptura de modelo talvez demore mais do que se esteja imaginando e os empacotamentos tradicionais ainda terão valor para algumas pessoas. "O desafio agora é acertar os pacotes ao que as pessoas conseguem pagar, esse é o grande desafio". Além disso, ela aponta a mudança de hábitos de consumo. "53% dos nossos clientes assistem vídeo em plataformas não-lineares, como o VOD ou o DVR. E metade da nossa rede de banda larga é Netflix. E isso faz com que as pessoas precisem de banda larga", disse ela. Mas a executiva ironizou as ofertas de ultra banda larga. "As pessoas de fato amam ter uma banda larga de 1 Gbps, mas se você perguntar se elas precisam, ouvirá um não".

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