NB-IoT está 'perdendo força' e AIoT ganha espaço, afirma Eseye

Foto: Pixabay

Um estudo divulgado pela Eseye aponta que o NB-IoT (Internet das Coisas em banda estreita), tecnologia projetada para dispositivos de baixo consumo de energia e custo reduzido, está perdendo relevância no mercado global. A previsão faz parte do relatório de Previsões IoT 2025, documento anual da companhia que analisa tendências para o setor de conectividade.

Segundo o estudo, a explicação para isso se deve ao fato de que o NB-IoT anda enfrentando obstáculos como a baixa adoção mundial, custos elevados de infraestrutura e dificuldades de compatibilidade com modems. Para os analistas responsáveis pelo estudo, esse declínio ocorre à medida em que as operadoras de rede móvel (MNOs) buscam por soluções mais escaláveis.

Além dos desafios técnicos, o relatório enfatiza que a falta de viabilidade financeira para as operadoras é um fator decisivo para o declínio da tecnologia. "Nos últimos 6 anos, o custo médio de um megabyte de dados de IoT foi reduzido oito vezes", menciona o relatório. Segundo os analistas, isso acaba pressionando operadoras a buscar soluções mais lucrativas.

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Escalabilidade

"Apesar de suas vantagens técnicas, o NB-IoT não alcançou a massa crítica necessária para sustentar a infraestrutura para mantê-lo vivo. Com grandes operadoras como a AT&T descontinuando o suporte em 2025, achamos que mais MNOs devem seguir o exemplo, preferindo LTE e 5G, pois são mais versáteis, viáveis economicamente e amplamente adotados", disse o CTO da Eseye, Ian Marsden.

Em mercados da Ásia e da Europa, a tecnologia ainda é usada em projetos de utilities públicas – como medição de consumo de água e energia. A China é uma dessas excessões, que conseguiu manter o NB-IoT por meio de uma estratégia centralizada e de grande escala. Porém, em outros mercados, a baixa rentabilidade e a necessidade de infraestrutura dedicada tornaram a tecnologia pouco atrativa para as operadoras – sugere o relatório.

Apesar disso, o CTO da empresa argumenta que o isolamento técnico do NB-IoT o torna menos atraente em um mercado que demanda interoperabilidade. "Soluções como LTE-M e 5G são economicamente mais viáveis porque compartilham infraestrutura existente e atendem a múltiplos casos de uso", afirmou Marsden.

NB-IoT no Brasil

No Brasil, a situação do NB-IoT é "paradoxal". Segundo a diretora geral da Eseye Brasil, Ana Carolina Bussab, a tecnologia está presente em 99,8% dos municípios. Isso significa que praticamente toda a população está coberta – graças a investimentos das três principais operadoras (Vivo, TIM e Claro).

Mesmo que dos 5.570 municípios, 5.497 tenham cobertura NB-IoT, a executiva afirma que o desafio atual é convencer o mercado a adotar a tecnologia. "A infraestrutura está disponível, mas ainda há uma lacuna entre oferta e demanda", afirmou Bussab.

AIoT

A Eseye aposta na ascensão de outra tendência, o AIoT – uma convergência entre IoT e a inteligência artificial. O objetivo dessa tecnologia é permitir que dispositivos tomem decisões em tempo real, otimizando o gerenciamento de redes e reduzindo falhas.

"Empresas e MNOs ganharão novas habilidades: manutenção preventiva que evita falhas antes que ocorram, gerenciamento dinâmico de redes que se adapta às condições em mudança e tomada de decisões in loco que reduzem a latência e melhoram a confiabilidade", disse Marsden.

"Prevemos que AIoT se tornará a espinha dorsal da próxima fase do IoT, alterando fundamentalmente a maneira como construímos e implantamos sistemas conectados. A firma de análises Transforma Insights espera que haja 9,1 bilhões de conexões AIoT até 2033. A essa altura, AIoT não será mais uma opção, mas uma exigência para as empresas que desejam permanecer competitivas", apontou o relatório.

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