A ausência da Telefônica e Telemar na entrega de propostas para a licitação das frequências de 3,5 GHz e 10,5 GHz não intimida fornecedores, que esperam que as incumbents venham ainda a manifestar interesse em novas concorrências. Na terça-feira, 4, apenas duas concessionárias apareceram entre as concorrentes: a Embratel e a Brasil Telecom (BrT), por meio da Vant (licenciada para SCM que tem participação da operadora fixa). Segundo um executivo ligado a um grande fornecedor de equipamentos para telecomunicações, as duas empresas mantêm planos para a adoção da tecnologia ponto-multiponto nestas faixas de radiofreqüencia, mas preferem entrar na licitação depois, com a expectativa de obter melhores condições de preço e menos concorrência. A estratégia é semelhante à adotada por empresas nos leilões do SMP, observa a fonte.
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De um modo geral, as concessionárias devem utilizar as licenças para fornecer acesso de banda larga, para dados e voz corporativos, fora de suas áreas de concessão. A Embratel deve cobrir as principais capitais do País, na substituição de links ponto-a-ponto que já utiliza atualmente para o atendimento a grandes clientes, e na busca de novos usuários, especialmente do segmento de médias e pequenas empresas.
O número de proponentes às faixas de 3,5 GHz a 10,5 GHz foi considerado baixo pelos fornecedores, principalmente por conta da demora para sua realização. O chamamento público para as faixas, no início de 2000, apresentou resultado bastante significativo, com a solicitação de cerca de 6 mil canais, recorda Lierson Brigido , diretor de marketing da Marconi, fornecedora de equipamentos de rádio. Nos últimos três anos, contudo, outras soluções como o ADSL foram empregadas e acabaram por ocupar uma boa parte do espaço que seria atendido com sistemas ponto-multiponto.