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Acionistas das operadoras têm discursos diferentes sobre plano B

Não estão alinhados os discursos da Andrade Gutierrez (controladora da Telemar) e dos fundos de pensão (controladores da Brasil Telecom e também acionistas da Telemar) sobre o que acontecerá na eventualidade de, no dia 19 de dezembro, não haver ainda a anuência prévia da Anatel para a compra do controle da BrT pela Oi. Na semana passada, o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques Azevedo reiterou o que os executivos da tele têm dito e afirmou que não há renegociação. "Sem essa aprovação o contrato acaba no dia 19 de dezembro e voa o cheque da multa (R$ 490 milhões) diretamente para a Brasil Telecom", disse o executivo. Na segunda, dia 3, contudo, o presidente da Previ, Sérgio Rosa, afirmou que, não havendo a conclusão do negócio até a data por falta das condições regulatórias necessárias, um novo prazo poderia ser buscado entre as partes.

Decisão conjunta

Qualquer decisão sobre renegociação ou não da extensão do prazo para conclusão da operação de compra da Brasil Telecom (BrT) pela Oi será tomada em consenso entre os acionistas do bloco de controle da BrT, disse um representante de um dos fundos de pensão que acompanha o projeto. "Do lado da BrT trabalhamos há três anos e meio com decisões consensuais junto com o Citibank. Nunca tivemos problemas", disse a fonte, ressaltando em seguida, porém, que o foco no momento está todo concentrado em atender ao prazo inicial. "Não vamos sofrer antes da hora", disse a fonte, segundo a qual não houve até agora qualquer encontro formal entre acionistas das duas concessionárias para renegociar o prazo.

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Prós e contras

Se o negócio por acaso não encontrar as condições necessárias (a anuência prévia da Anatel), os sócios da BrT recebem uma multa rescisória de R$ 490 milhões. Mas, por outro lado, perdem um negócio bilionário cujo preço foi fechado no fim de abril, antes da crise mundial que derrubou o valor das ações. Ao todo, incluindo a venda de ações diretas na Brasil Telecom Participações (BTP) e a indenização para o fim dos litígios judiciais, o Citibank ficaria com R$ 2 bilhões; os fundos de pensão, com R$ 2,5 bilhões; e o Opportunity, com R$ 1,2 bilhão, valores altos se suas participações forem avaliadas à luz do valor dos papéis em bolsa de hoje. Além disso, fundos de pensão e BNDES já investiram na reetruturação da Telemar realizada no começo do ano para dar saída aos sócios Opportunity, GP e Citibank, e o fizeram justamente de olho em um cenário de fusão.
É compreensível, portanto, a disposição do presidente da Previ em estender o prazo, se necessário for, para a venda da BrT para Oi.
Do lado dos atuais controladores da Oi, uma eventual desistência da compra da BrT pode não ser o pior dos mundos. É verdade que a operadora desembolsou R$ 315 milhões para encerrar os litígios judiciais entre os sócios da BrT e que gastaria mais R$ 490 milhões com a multa. Por outro lado, teria condições de dar outro destino ao caixa da empresa. Publicamente, contudo, o discursos dos executivos da Oi e de seus acionistas controladores continua sendo no sentido de afirmar que a compra da BrT segue fazendo todo o sentido. Segundo apurou este noticiário, entre os controladores da Oi a maior pressão para que o negócio saia independente da mudança nas condições de mercado é do BNDES.

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