O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou que a possibilidade de as empresas de telefonia móvel terceirizarem suas infraestruturas passivas como torres, por exemplo, pode ajudar nos projetos do governo de incentivar o compartilhamento de rede. “Não vejo problema nisto e acho que o aluguel de sites pode ajudar porque as empresas que serão donas das torres vão querer colocar várias operadoras num mesmo lugar”.
O ministro lembrou que nos próximos anos o País precisará de uma grande quantidade de antenas para a implantação da tecnologia 4G e este deve ser um nicho a ser explorado. Mesmo assim, de acordo com o ministro, ainda haverá a necessidade de novas instalações para atender com o 3G as áreas onde as teles ainda estão expandido o serviço ou ainda precisam cobrir. “E as empresas que atuarão nesta área vão tentar explorar algo razoável para o mercado”.
Paulo Bernardo participou do Brascom IT Forum, realizado nesta quinta-feira 4, em São Paulo. Em sua apresentação a empresários, reafirmou que um dos objetivos do governo é ter em vigor, ainda para este ano, o decreto que normatiza o compartilhamento de infraestrutura no País. “Precisamos incentivar [o compartilhamento] porque ainda tem aquela empresa achando que se não deixar o cara botar o equipamento na torre dela, ele vai ter menos cobertura num determinado local. Mas aí essa outra operadora coloca uma antena do lado, cobre do mesmo jeito e os dois gastam um dinheirão”.
O diretor executivo do SindiTelebrasil, Eduardo Levy, evitou comentar o assunto por entender que não há um pensamento homogêneo do mercado sobre o tema. “É uma decisão circunstancial de fazer ou não e depende da estratégia de cada empresa. Para uma pode fazer mais sentido agir desta maneira, para outra talvez seja mais interessante ter o seu equipamento, administrá-lo com o seu pessoal”.
A discussão ocorre após o fundo de investimentos ‘GP Investiment’ anunciar aporte inicial de US$ 164 milhões nesta área. E, dentre os negócios a serem fechados no Brasil, o primeiro foi o arrendamento de 1.912 torres da Vivo por um prazo inicial de 11 anos, aprovado pelo Cade em setembro último.