Telesp Celular vai ser a "Embratel" da TIM

Mais uma dor de cabeça para a Anatel e para o presidente Fernando Henrique Cardoso, que haviam encorajado o acordo entre o Opportunity e a Telecom Italia na Brasil Telecom: a Telesp Celular vai fazer de tudo para retardar a entrada da TIM na telefonia celular do Estado de São Paulo. ?Vai ser a Embratel da TIM?, disse um analista, lembrando a guerra judicial da operadora contra a entrada da Telefônica na longa distância nacional.
Nesta quarta-feira, 4, a presidente executiva da holding Telesp Celular, Ana Paula Canais, deu os sinais do que vai fazer em entrevista à Reuters. Disse que a transferência provisória da posição de controle da Telecom Italia na Brasil Telecom para o Opportunity (para poder iniciar as operações da TIM) ?configura uma situação completamente irregular?. E prometeu ir à Justiça. A Telesp Celular já solicitou à Anatel vistas do processo que se encontra em andamento para a liberação da nova operação.
O principal receio da Telesp Celular diz respeito à tecnologia a ser usada pela nova concorrente (o GMS). Fonte de companhia disse a um analista do mercado de ações que as pesquisas encomendadas pela operadora da banda A de São Paulo indicam que o principal apelo para migração de clientes é justamente a nova tecnologia, com handsets bem mais baratos e um leque de serviços maior. Como sabe que não vai dar para impedir totalmente a entrada do concorrente, os portugueses vão fazer carga contra a tecnologia.

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Os dirigentes da Anatel resolveram adiar nesta quarta-feira, 4, para a próxima semana, a sua decisão sobre o acordo Opportunity/Telecom Italia na BrT. Mas não vai dar para escapar de uma definição, provavelmente em favor dos italianos.
No pregão desta quarta na bolsa, as opiniões pareciam confirmar esse favoritismo. Enquanto as ações da Telesp Celular caíram 2,61% (fechamento de R$ 3,73), os papéis das duas operadoras da TIM (que se beneficiam da sinergia criada com as novas regiões) subiram: 3,9% na Tele Celular Sul e 3,63% na Tele Nordeste.

Concorrência na hora errada

Para a Portugal Telecom, a concorrência da TIM vem em uma hora especialmente ruim. O grupo acaba de fazer uma reestruturação acionária em que o aumento da sua participação no capital total, de 14% para 65%, põe a nu, para seus acionistas em Portugal, dois dados pouco enaltecedores:
– Feitas as contas, em 1998 a empresa comprou 14% do capital total por US$ 3 bilhões, equivalente a ações na faixa de R$ 18 a R$ 19, para contabilizar agora, com 65% do capital total, um patrimônio de US$ 1 bilhão.
– A Portugal Telecom ficou com uma dívida de R$ 2,3 bilhões, boa parte em dólares. Nesse contexto, ainda amarga uma queda de receitas na matriz.

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