Embratel está fazendo um esforço concentrado para provar ao mercado que a falência da WorldCom não vai prejudicar seus negócios, que os danos provocados pela concorrência vão ser bem menores do que se imaginava e, finalmente, que tem um bom plano de negócios e boas chances de conseguir com as autoridades a redução das taxas de interconexão cobradas pelas empresas de telefonia fixa.
O importante é que está conseguindo convencer uma parte importante dos analistas. As quedas das suas ações na bolsa nos últimos dias (-22,7%), apesar de forte, deve ser interpretada como uma realização de lucros, depois de uma fortíssima alta de 66% na última semana de agosto.
No dia 28 de agosto, em reunião com analistas do mercado, a empresa apresentou dados que pareceram convincentes, especialmente em relação à competição. A Embratel é mais vulnerável no segmento de voz residencial de baixo poder aquisitivo ? justamente o que gera menor rentabilidade e é mais exposto à inadimplência. Mas, em contrapartida, é mais consolidada no segmento corporativo, por oferecer serviços mais abrangentes e de qualidade técnica.
No mercado corporativo (60% das receitas totais) a Embratel tem conseguido manter seu market share. No segmento de voz, chegou a aumentar moderadamente suas receitas, apesar da redução de preços motivada pela concorrência. Neste mercado, está investindo intensamente em pontos de presença para diminuir dependência de interconexão e renegociando contratos com clientes para identificar necessidades, além de voltar mais atenção a médias empresas e pequenos negócios.
Na telefonia local, a operadora a partir de 1 de novembro, começa a atender Recife e Fortaleza, devendo chegar a 27 cidades no início de março. Pretende atingir clientes com mais de 15 linhas, acesso à Internet e grandes empresas. Ao mesmo tempo, a empresa buscará contornar o problema da falta de portabilidade numérica usando plano de numeração iniciada com ?21? e mantendo os quatro últimos dígitos dos números atuais dos clientes.