A Sky passará a competir de forma mais consistente no mercado de banda larga residencial muito em breve com um novo serviço de fibra óptica. O presidente da operadora no País, Raphael Denadai, disse no Pay-TV Forum 2022 nesta quinta-feira, 4, que o lançamento do serviço acontecerá em algumas semanas, e será baseado em rede neutra. O executivo não revelou quem será o parceiro.
O lançamento faz parte de uma estratégia de diversificação e complementação dos serviços de TV por assinatura por satélite. De acordo com Denadai, a Sky segue com sua rede LTE, mas com o FTTH, "o poder de mercado aumenta significativamente".
Além da banda larga, a operadora diversifica seu portfólio em outras frentes, com a oferta de seguros, de caixas com inteligência artificial para casa conectada e, em breve, operando em TVRO, ou a TV aberta por satélite. Denadai diz que cumprirá a carta de intenções que tem com radiodifusores para levar os sinais abertos gratuitamente e quer que esse seja um modelo de entrada para a TV paga.
A ideia, explica, é chegar na casa do consumidor com um produto gratuito e reverter parte desta base em assinantes pagos. Para isso, alerta, é necessária uma parceria com os programadores de canais pagos e uma oferta que faça sentido para a base da pirâmide social. Mirando uma base semelhante, segue a oferta do serviço pré-pago, inclusive com a oferta de "microrrecargas". "Queremos democratizar o acesso ao conteúdo", diz o presidente.
Ganho de escala
O presidente da Sky falou ainda da compra dos ativos de TV paga por satélite da Oi. Segundo ele, o negócio depende agora apenas da aprovação do juiz responsável pelo processo de recuperação judicial da Oi e, depois, do Cade. A negociação entre as operadoras já está concluída, embora o valor a ser pago ainda possa mudar após a finalização da due diligence.
"O grande ponto é o ganho de escala, com a qual conseguiremos ter mais rentabilidade", diz Denadai. Não está previsto nenhum aumento de custo. Pelo contrário, a tendência é que, escalando, a operadora possa oferecer um serviço mais acessível.
Desafios
Denadai apontou dois grandes desafios para o setor de TV paga. Um deles é o regulatório. "Mas o SeAC não é o principal desafio. É ponto pacífico que ajustes são necessários – hoje existe assimetria regulatória e tributária. Isso faz com que investimentos fiquem mais inibidos de um lado importante dessa equação", diz Denadai.
O principal, portanto, é a pirataria. "Temos que seguir dando apoio institucional e legislativo para que a Anatel possa fazer bloqueio. Também prover apoio legislativo para que a penalização seja mais dura. Também trabalhar na conscientização dos malefícios que a pirataria traz".
Conteúdo
Sobre o conteúdo, a Sky diz que seguirá investindo em conteúdos exclusivos para o seu serviço de TV por streaming, o DirecTV Go, como o faz para o D Sports, com competições como "Giro d'Italia" e a Série C do Campeonato Brasileiro. No entanto, Denadai diz que prioriza a relação com programadores. "É uma parceria vitoriosa e colaborativa. Esperamos reforçar esse relacionamento para que possamos crescer juntos", diz.