Operadoras pretendem pressionar Anatel por mais prazo

A semana se inicia com a promessa das operadoras de telefonia fixa e móvel de colocar mais pressão sobre a Anatel, a fim de dilatar o prazo de implementação da portabilidade numérica, previsto para se iniciar em 1º de setembro em algumas regiões do País. Na prática, o movimento vem referendar a posição já manifestada pelo presidente executivo da Abrafix, José Fernandes Pauletti, de que é "quase uma irresponsabilidade" da Anatel manter o cronograma como está.
A justificativa, segundo um executivo da Telefônica que prefere se manter no anonimato, é técnica. "Nossa preocupação é com a evolução dos poucos testes feitos até agora. No último relatório a taxa de realização era de apenas 11%, e estamos a menos de um mês da implantação".
A fonte afirma que agora pode vir a se repetir algo semelhante ao que já ocorreu com os sistemas das operadoras, na época da ativação do Código de Seleção da Prestadora (CSP), quando se deu uma espécie de "apagão". Um dos principais temores é o chamado looping call, ou seja, da chamada telefônica não se completar e se "regenerar", uma atrás da outra, congestionando a rede. A esse risco se somariam outros, como testes realizados apenas entre algumas operadoras divididas em grupos e não entre todas as operadoras, fora os cadastros de clientes desatualizados.

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Fonte de uma outra empresa presente na área onde a ativação começa em 1º de setembro afirma que tem enfrentado problemas na segunda fase dos testes, na qual as empresas simulam números portados entre si e não apenas a conexão com a ABR Telecom. "O processo é muito complexo. Agora que começamos a testar com os pares surgem variáveis que não apareceram nos primeiros testes", diz a fonte. O executivo considera o prazo "desafiador", levando em conta os níveis de qualidade exigidos. Segundo ele, é provável que alguns os ajustes aconteçam mesmo depois da implantação comercial.
De acordo com o executivo da Telefônica, a implantação até pode estar sendo feita de forma gradativa, porém os efeitos serão imediatos. "Ninguém quer assumir o ônus de que é preciso parar, mas as operadoras estão muito preocupadas, principalmente se considerarmos que vamos estar às vésperas de eleições".
Uma outra fonte que acompanha de perto os testes garante: ao contrário do que aconteceu no caso do CSP, a portabilidade está sendo exaustivamente testada e estão sendo tomados todos os cuidados necessários. Existe, é claro, uma pressão de prazo, mas segundo a fonte, é improvável que o sistema de portabilidade entre no ar se houver indícios concretos de problemas que não possam ser solucionados até a data.

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