Consumidores preveem convivência 'difícil' com IA, aponta Ericsson

Imagem: Foto de ThisIsEngineering/Pexels

Uma pesquisa conduzida pela fornecedora Ericsson trouxe um novo panorama em relação às percepções dos consumidores entusiastas (early adopters) da inteligência artificial (IA) no mundo. 59% dos entrevistados no estudo da companhia responderam que acreditam que a convivência entre humano e diferentes IAs no futuro poderá ser difícil.

Segundo Ericsson, esse tipo de visão apresentada pelos participantes da pesquisa também tem relação com preocupações relacionadas à forma de treinamento desses modelos. Isso porque 71% dos adotantes iniciais temem que as IAs comecem a se alimentar a partir de outras inteligências artificiais, em vez de aprender com dados produzidos por humanos.

"Talvez os sistemas de IA possam tornar-se menos inteligentes, mas 74% acredita que as pessoas continuarão utilizando essas assistentes, mesmo que ocasionalmente elas ofereçam maus conselhos. Curiosamente, 55% acreditam que um assistente de IA ligeiramente estúpido poderia ser algo bom, já que teria um toque mais humano", afirma a pesquisa.

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Ao mesmo tempo, os entrevistados acreditam que quatro em cada cinco consumidores na década de 2030 usarão a IA para tomar decisões importantes que mudarão as vidas deles. Na pesquisa, Ericsson ConsumerLab entrevistou 6.510 usuários urbanos de IA de 15 a 69 anos em 13 grandes cidades ao redor do mundo. Essa amostra representa 53 milhões de cidadãos dos 220 milhões que vivem nas áreas metropolitanas analisadas, segundo os pesquisadores.

O material também identificou que, mesmo entre os fãs mais fervorosos da inteligência artificial, mais de 60% dos participantes acreditam que não terão controle total sobre o impacto que a tecnologia terá na vida deles na década de 2030. "O número sobe para mais de 70% quando analisamos os early adopters mais céticos sobre o papel futuro da IA", afirmou a fornecedora.

Segurança

Apesar de parte da amostra demonstrar dúvida sobre uma convivência harmônica entre IA e seres humanos, a Ericsson afirma que "a integração de assistentes digitais pessoais em assinaturas de conectividade está no horizonte". Isso porque 73% dos entrevistados expressaram confiança na capacidade da IA de proteger dados pessoais até 2030 – mesmo com o temor relacionado a uma "convivência harmônica".

"Além disso, 70% dos entrevistados acreditam que as novas leis e regulamentos darão aos cidadãos o poder de controlar a utilização dos próprios dados pessoais, enquanto se espera que as operadores móveis intensifiquem a luta contra mecanismos que burlam IA, bloqueando-os automaticamente", prosseguiu a Ericsson.

Tendências

A pesquisa da Ericsson também apontou outras tendências em relação à IA até 2030, bem como a percepção dos entrevistados em relação a esses cenários:

  1. Compradores artificiais: Os assistentes pessoais de IA acabarão com a publicidade? 75% preveem assistentes de compras com IA que filtram anúncios. Assim como muitos também dizem que as grandes empresas de tecnologia usarão esses assistentes de compras para influenciar consumidores.
  2. Moda generativa: As tendências da moda serão ditadas pela IA no futuro – ou será "100% feito pelo homem" o novo diferencial das criações em 2030? Na década de 2030, os seres humanos usarão a cirurgia plástica para conseguir a aparência correta do padrão de beleza gerado pela IA, de acordo com 6 em cada 10 entrevistados.
  3. Roteiros sensíveis: Amigos clonados por inteligência artificial estão prontos para aparecer em seus filmes gerados de forma criativa – 68% preveem a capacidade de clonar seus amigos com IA como parte de suas histórias.
  4. Gêmeos digitais humanos: Nada deixado ao acaso: a IA reduz a incerteza ao simular qualquer coisa na vida cotidiana – 50% pensam que as pessoas irão simular os seus casamentos para futuras mudanças ou divórcio.
  5. Descendência programada: O cuidado infantil assistido por IA promete alívio para os pais, mas preocupações sobre a perda de empatia humana estão em destaque – 74% preveem que assistentes de IA na criação dos filhos aumentarão as habilidades técnicas das crianças, mas diminuirão a inteligência criativa/emocional.
  6. Governar pela IA: A IA pública pode melhorar a sociedade, mas provavelmente será desafiada pelas IAs corporativas – 72% acreditam que as IAs corporativas vão superar as IAs sociais.
  7. Funcionários sem poder: A IA pode melhorar o seu desempenho no trabalho, mas também esvaziá-lo de significado – 67% acreditam que a IA será necessária para conseguir bons cargos.
  8. Desordem de dados: Regulamentação ou um faroeste digital, o futuro dos consumidores depende de quem controla os dados – 75% pensam que as novas regulamentações permitirão que os cidadãos optem por não participar.
  9. IA descontroladas: IAs mais interconectadas podem começar a desenvolver uma agenda própria – 59% acham que a convivência futura com as IAs pode se tornar difícil.
  10.  Guardiões das chaves: Os guardiões de chaves de IA conectada protegerão a privacidade ou aumentarão a dependência na era digital? Sete em cada dez dizem que clicar em botões, passar cartões de identificação e lembrar logins se tornarão desnecessários, pois a IA cuidará disso.

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