O subsecretário municipal de engenharia e conservação do Rio de Janeiro, Marco Aurélio Oliveira, servidor responsável pelo licenciamento de antenas celulares, não poupou críticas à infraestrutura das operadoras móveis na capital fluminense, em sua participação no 13º Rio Wireless, nesta terça-feira, 4, no Rio de Janeiro. "Não podemos ter a tecnologia de qualquer maneira, desrespeitando as pessoas que circulam pela cidade. O Rio de Janeiro é patrimônio da humanidade", disse.
Oliveira destacou o impacto não apenas das antenas, mas do seu cabeamento, pois as torres, especialmente as de 4G, requerem conexão por fibra ótica, o que demanda obras civis. Ele citou o caso do estádio do Maracanã, onde faltando apenas seis meses para a conclusão das obras as operadoras começaram a negociar a cobertura interna com antenas e, a quatro meses da abertura, o cabeamento. "Agora, com as ruas (em volta do Maracanã) prontas, querem quebrar para passar cabos", reclamou.
O representante da prefeitura conclamou as teles a adotarem tecnologias mais modernas, especialmente de antenas de pequeno porte, para que a paisagem não seja tão impactada. "Há antenas separadas por 50 metros concorrendo uma com a outra", disse. E criticou também os contêineres instalados no alto de alguns prédios para dar suporte a torres celulares. "Precisamos tirar esses contêineres horrorosos. É quase um novo pavimento nesses prédios", disse.
Se as operadoras celulares querem transformar o Rio de Janeiro em um exemplo nacional de parceria com uma prefeitura para a instalação rápida de novas antenas, vão precisar conversar muito com o subsecretário. Uma reunião está marcada para a semana que vem entre as teles e a prefeitura com o intuito de negociar a adoção de boas práticas de engenharia na instalação de antenas celulares.