Teles e TVs trocam afagos e alfinetadas na Telebrasil

A briga entre operadoras de telefonia, empresas de TV a cabo e radiodifusores já foi mais virulenta. Agora, começa a ser ensaiado um discurso de paz, mas sem deixar de lado algumas alfinetadas de parte a parte. O mais recente capítulo nesse embate teve como palco o encerramento do 51º Painel Telebrasil, realizado neste último fim de semana, na Costa do Sauípe, na Bahia. ?Temos que nos aliar aos radiodifusores. Eles têm que virar sócios desse negócio e ganhar dinheiro junto conosco?, conclamou o presidente da Brasil Telecom, Ricardo Knoepfelmacher. O consultor jurídico da TV Globo, José Francisco Lima, concordou: ?Não entendo o porquê da briga entre radiodifusores e teles?. Mas logo em seguida alfinetou: ?será que as teles invejam o nosso limite de presença de capital estrangeiro? Ou a obrigatoriedade do horário eleitoral gratuito?? A resposta veio do presidente da Telefônica, Antonio Carlos Valente, dizendo que as teles invejam, na verdade, a baixa carga tributária dos radiodifusores.
Com as operadoras de TV a cabo, o clima foi menos pacífico. Knoepfelmacher reclamou da falta de isonomia no marco regulatório, que impede as teles de oferecerem TV por assinatura via cabo. Segundo o executivo, essa falta de isonomia tem permitido que a Net cresça em velocidade maior que o ADSL, graças ao pacote triple-play oferecido aos consumidores. Valente, por sua vez, lembrou que a penetração de TV paga no Brasil é de apenas 8%, ficando abaixo de vários países da América Latina.
Da platéia, o presidente da ABTA, Alexandre Annenberg, esquentou o clima perguntando: ?O que os três monopolistas pensam sobre universalização de banda larga??. Knoepfelmacher disse que há banda larga em 2 mil municípios do Brasil, enquanto TV paga está presente em apenas 159 cidades. ?Em Rondônia, a BrT oferece ADSL em 49 dos 51 municípios?, exemplificou. Luiz Eduardo Falco, presidente do grupo Oi, classificou a provocação de Annenberg como ?desnecessária e desrespeitosa? e disse que universalização de banda larga depende de uma determinação do governo e de uma fonte de recurso.

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O diretor de relações institucionais da Net, Fernando Mousinho, preferiu brincar com a analogia feita por Valente na semana passada, de que a Telefônica só quer ?distribuir as pizzas?. ?Ele quer monopolizar a estrutura. Quer entregar a pizza de bicicleta, de moto, de van, de carro?, comparou Mousinho.

Metas

Knoepfelmacher aproveitou para sugerir a idéia de trocar as obrigações de instalação de postos telefônicos, previstas nos novos contratos de concessão, por metas de universalização de banda larga. A idéia é apoiada também pelo deputado Jorge Bittar (PT-RJ). Outra possível fonte de recurso para um eventual Plano nacional de Banda Larga seria o Fust, se for alterada a lei que o criou, permitindo a aplicação não apenas em projetos de universalização da telefonia.

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