Após uma grande impulsão registrada no início do projeto, o movimento ConectarAgro adicionou 1 milhão de hectares à cobertura entre janeiro de 2020 e maio de 2021, totalizando agora 6 milhões de hectares. Os dados foram divulgados por duas das participantes, a TIM e a Nokia, nesta terça-feira, 4, durante evento online do portal Tele.Síntese.
Conforme explica o head de marketing corporativo e IoT da operadora, Alexandre Dal Forno, a iniciativa da ConectarAgro, que completou dois anos em abril, busca agora mostrar o modelo de eficiência da proposição de levar a conectividade ao agronegócio. Entre as parcerias já em curso estão produtores como Jalles Machado, Adecoagro, Amaggi, Citrosuco e SLC Agrícola, além de mais "quatro clientes ainda não divulgados".
A meta até o final do ano, vale lembrar, é de chegar a 13 milhões de hectares cobertos. A ideia é justamente, promover novos modelos de negócios para conseguir cumprir esse objetivo. Para tanto, a ConectarAgro tem demonstrado cases de sucesso com retorno de investimento rápido por meio de economias.
Segundo a TIM, testes com produtores de soja, algodão e milho em uma fazenda com área de 1.500 hectares (ha) no Mato Grosso provou haver uma eficiência de pelo menos 4% com a implantação da conectividade 4G por meio da faixa de 700 MHz.
Economia
A economia obtida nesse caso foi estimada em R$ 266,4 mil ao ano, considerando os seguintes fatores:
- Eficiência de 4% com agroquímicos, totalizando R$ 184,6 mil ou R$ 3.080/ha/ano;
- Eficiência de 5% e R$ 27,8 mil com combustível, ao valor de R$ 370/ha/ano;
- Ganho de 2% na produtividade, totalizando R$ 18,5 mil com salário de R$ 2,5 mil;
- Ganho de mais 2% na produtividade com manutenção preditiva, economizando R$ 13,4 mil considerando salário de R$ 170/ha/ano; e
- Redução de 50% no número de incidentes, totalizando R$ 18,5 mil de economia ao se considerar R$ 400 mil por cada incidente.
- A ConectarAgro ainda considera uma economia de R$ 10,8 mil por ano com gastos de rádio e Internet para conexão.
Exportação
Diretor de novos negócios da Nokia no Brasil, Renato Bueno justifica que a escolha do 700 MHz se deu não apenas pela maior cobertura, mas também a variedade de dispositivos de um ecossistema de escala global, habilitamos uma variedade maior de soluções. "Concluímos, não só a Nokia, que seria o caminho que habilitaria mais rapidamente o movimento."
Bueno afirma que o desafio agora é provar que o modelo de negócios faz sentido. Por isso, cita o exemplo do ConectarAgro com os ganhos de eficiência apresentados. Mas lembra também que o Brasil tem características diferentes de outros países, e que há oportunidade de se exportar tecnologias.
"O Brasil é lider em mecanização e tecnologia do agronegócio. Muito mais do que internalizar soluções desenvolvidas fora, a gente tem trabalhado em desenvolver soluções brasileiras, e temos exportação de casos concretos. O potencial é enorme, e cada vez mais temos linkado os polos de conhecimento e digitalização com áreas produtivas", declara.
Benefícios indiretos
Alexandre Dal Forno argumenta que, como a proposta é de rede aberta, é possível atingir além das fazendas. "A rede beneficia a vizinhança das localidades indiretamente com a conectividade sendo trazida pelas grandes marcas", destacou.
No caso de um projeto específico demandar a conectividade, a operadora acelera a chegada do 4G na região demandada. "Cidades como Angélica e Goianésia hoje têm cinco estações 4G, e não havia nenhuma há quatro anos. Em Sapesal, no Mato Grosso, uma região agrícola com 10 mil habitantes, levamos conectividade para fazendas da Amaggi e, com isso, veio um 'boom' de uso por conta de uma demanda reprimida muito grande."
O avanco do 4G cada vez mais se torna realidade no Agro Negocio no Brasil
Roberto Gaensly
Diretor Comercial
Vede Tele