A operadora de satélites Intelsat anunciou na semana passada novidades tanto nos planos quanto no quadro de funcionários. A empresa espera impacto financeiro devido à pandemia do coronavírus (covid-19), mas ainda não decidiu se vai aceitar a proposta de migração antecipada na banda C nos Estados Unidos.
Os planos e a contextualização da atual situação do mercado para a Intelsat foram revelados em entrevista ao site Via Satellite, o CEO da operadora, Steve Spengler, revelou impactos da covid-19 à companhia. Spengler cita que, devido à redução drástica de voos com as medidas de restrições sociais, as receitas esperadas com conectividade de bordo devem sentir o baque. "Devemos esperar desafios de curto prazo nisso", disse, ressaltando não poder ainda medir a magnitude e por quanto tempo isso deverá perdurar. Mas afirma que a visão de longo prazo continua intacta, com serviços aeronáuticos e mobilidade terrestre. Foi preciso ainda migrar o tráfego do satélite Intelsat 907 para o 901, pois este conta com o equipamento Mission Extension Vehicle-1 (MEV-1), da Northrop Grumman, para continuidade de negócios.
Em relação ao imbróglio com a reguladora norte-americana Federal Communications Commission (FCC) para a aceleração da limpeza da banda C para liberar espectro para o 5G, o executivo destacou que a proposta ainda está sob análise. "Estamos agora analisando o regulamento. É um documento de 225 páginas e complexo. Limpar o espectro é complexo e uma tarefa custosa. Estamos focados em entender o que se espera de nos, os riscos, e como vamos determinar seguir em frente."
Ele alega que o órgão não seguiu o plano original que havia sido tomado pela C-Band Alliance, associação que envolvia Intelsat, SES e Telesat. Spengler diz que a FCC fez "o melhor possível" para equilibrar as coisas frente à complexidade encarada. Mas diz que era necessário ter certeza que o processo traria a compensação "justa" para a empresa.
O executivo da Intelsat não quis comentar em rumores sobre possível pedido de recuperação judicial (Chapter 11), mas diz que o setor satelital está enfrentando desafios financeiros e um período de transição. O pedido de flexibilidade financeira para pagamento de juros, diz, está relacionado tanto para os desafios da covid-19 quanto à necessidade de investimento de "centenas de milhares de dólares adicionais" caso a empresa escolha o compromisso de adiantar a limpeza da faixa, conforme propõe a FCC. Assegura, contudo, que continuará com planos de investimento de rede, como o lançamento do Galaxy 30 e em tecnologias de satélites de alto throughput (HTS) definidos por software, que podem ser mais flexíveis no espaço, sendo tão ou mais competitivo que os de órbitas geoestacionária e não geoestacionária.
Novo VP
A companhia nomeou Tahmin Clarke como novo vice-presidente de relações com investidores, posição na qual deverá ficar reportar ao vice-presidente executivo e diretor financeiro, David Tolley. O diretor tem passagem pela Nii Holdings, antiga controladora da Nextel.