Em processo de reestruturação, estatais investem menos para reduzir endividamento

Os investimentos das estatais federais caíram em 2016 e atingiram o menor valor em oito anos. Segundo números divulgados nesta terça-feira, 4, pelo Ministério do Planejamento, as aplicações dessas empresas somaram R$ 56,5 bilhões no ano passado, o montante mais baixo desde 2008 (R$ 53,5 bilhões).

Em relação a 2015, quando as estatais controladas pela União tinham investido R$ 80,2 bilhões, a queda chegou a 29,6%. De acordo com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, a redução dos investimentos faz parte de um esforço para diminuir o endividamento das empresas e deixá-las mais rentáveis.

A Telebras teve um dos maiores investimentos em 2016, em função da construção do satélite brasileiro. Ao todo, foram aplicados R$ 317,2 milhões. Os números constam do Boletim das Empresas Estatais, com informações sobre as 154 empresas controladas pelo governo, que serão renovadas periodicamente. Na publicação, a estatal de telecomunicações é considerada não dependente dos recursos da União.

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"As empresas estão fazendo também um enxugamento operacional. Estão deixando de fazer negócios que não são os negócios principais. Reduziram investimento, endividamento e estão aumentando a rentabilidade. As coisas estão indo de maneira organizada", afirmou o ministro.

De acordo com Oliveira, a redução de gastos nas estatais foi necessária para conter o endividamento, que passou de R$ 397 bilhões em 2014 para R$ 544 bilhões em 2015, alta de 37%. Em setembro do ano passado, número mais recente disponível, o endividamento havia recuado 17,6%, para R$ 448 bilhões.

Em relação aos empregos, o ministro do Planejamento informou que o número total de trabalhadores nas estatais federais caiu de 552 mil, em 2015, para 530 mil no ano passado, menor nível desde 2011. Segundo Oliveira, os programas de demissão incentivada em diversas empresas – como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Correios – e a não reposição de empregados que se aposentam estão contribuindo para a queda.

"O que é fundamental deixar claro é que a política que estamos implementando para as empresas estatais é voltada para melhoraria dos resultados das empresas, a concentração das suas atividades nos seus negócios principais e a eficiência operacional. Com base nisso, a ampla maioria das empresas está passando por processos de reestruturação", disse Oliveira.

Veja aqui o Boletim.

1 COMENTÁRIO

  1. Seria interessante a Converge investigar se as estatais também reduziram custos em publicidade nos grandes meios de comunicação. Afinal, é de conhecimento de todos que o governo federal é o grande anunciante desse país na mídia privado-comercial.

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