Mistral vê espaço para telecom participar da Inteligência Artificial

Arthur Mensch, CEO da Mistral, durante o MWC 2025. Foto: TELETIME

O MWC 2025, que acontece esta semana em Barcelona, tem na Inteligência Artificial o seu tema preponderante. Além de uma imensa quantidade de painéis sobre o tema, IA também é palavra obrigatória nos estandes, lançamentos, manifestações de reguladores e tema de discussões e perguntas nos debates. O tema já havia sido dominante na edição de 2024, mas em 2025 roubou completamente a cena, desbancando outras tendências como os equipamentos de 5G Advanced, demonstrações de elementos do 6G ou aplicações B2B. Mas com todo esse destaque, pouco se fala, ou se vê, com operadoras de telecomunicações em posição de protagonismo.

Ao contrário, a estrela do segundo dia do evento para tratar do tema foi a empresa francesa Mistral, uma das startups mais promissoras no mundo da Inteligência artificial, que adotou um caminho semelhante à chinesa Deepseek ou a Meta de apostar em uma plataforma aberta de IA e é apontada como a melhor candidata a um lugar de destaque no mundo das grandes LLMs de IA generativa.

Mas para Arthur Mensch, CEO da startup, as operadoras de telecomunicações podem sim ocupar uma posição relevante na disputa pelo mercado de IA, se souberem aproveitar os dados que são produzidos pelas suas operações para treinar de maneira correta as plataformas de IA. "Elas têm muitas informações importantes, e em paralelo podem usar IA para reduzir custos de operação".

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Ele vê as operadoras integrando IA em suas operações de maneira horizontal, incorporando seus dados a uma plataforma que vai ser utilizada para novos produtos, ou vertical, otimizando processos. Outra possibilidade, segundo ele, é que as operadoras passem a investir pesadamente em data centers para prestarem serviços às plataformas de IA, ou incorporem IA às suas ofertas corporativas. "Vejo aí boas possibilidades porque as operadoras já têm as fibras e a conectividade, mas ainda assim precisa de energia e muito investimentos em processadores", disse Mensch.

Mas ele destaca que existe hoje uma disputa entre países (e continentes) pelo protagonismo nesse novo ambiente da Inteligência Artificial.

Europa pelo mundo

Quando se tenta colocar o MWC referência para entender para onde vai o mercado de telecomunicações, é preciso colocar o filtro de que o evento em Barcelona tem maior protagonismo das empresas europeias. E a Europa especificamente vive um momento complicado do ponto de vista tecnológico. O velho continente se coloca algumas voltas atrás de EUA e China quando o tema é desenvolvimento dos modelos protagonistas de Inteligência Artificial e grandes casos de uso. E isso quando estamos falando do ecossistema em geral.

O fato é que quando se fala em IA e telecomunicações, os casos de modelos conjuntos estão bastante crus, ou pelo menos ainda não começaram a receber o destaque devido, pelo menos na edição deste ano do MWC 2025.

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