Para Daniel Zhou, presidente da Huawei para a América Latina e Caribe, a decisão da Anatel de rever a alocação da faixa de 6GHz foi acertada e natural, considerando-se que a maior parte dos países adotou o caminho de dividir o espectro de 6 GHz entre o IMT (5G) e o uso não-licenciado.
Em entrevista aos jornalistas durante o MWC 2025, que acontece esta semana em Barcelona, ele lembrou que apenas a América do Norte adotou um caminho de alocar o 6 GHz apenas para Wi-Fi. "Foi uma posição alinhada com 85% do mundo. Primeiro foi o Brasil, também o México, e outros que estão reavaliando, e fazem uma boa escolha, na minha visão. A necessidade desta faixa para o 5.5 G não é apenas uma ideia, mas uma realidade de todo o ecossistema. Quanto mais alinhados estão os países, melhores os preços, mais dispositivos".
Ele apontou o desenvolvimento das redes 5G Advanced como uma das prioridades da Huawei para a região, indicando que em alguns mercados já existe maturidades para essa evolução, como é o caso brasileiro, onde Claro e Vivo já fizeram testes com a empresa, diz. Mas ele ressaltou que o 5G Advanced não precisará estar disponível a todos os usuários, apenas onde houver demanda, sobretudo no segmento B2B.
Zhou também comentou os eventuais impactos tarifários que possam ser aplicados pelos EUA à região, e um eventual recrudescimento nas relações entre os governos latino-americanos e a Huawei por conta de pressões dos EUA. "Estamos na região há 28 anos. Nós produzimos na América Latina, nossos parceiros e clientes são operadores, empresas e governos da América Latina, e existe uma relação de confiança. Não tenho por que me preocupar", disse.