A Oi confirmou em fato relevante na noite desta quinta-feira, 4, que assinou um acordo de exclusividade com os fundos representados pelo BTG Pactual para a venda de até 51% da InfraCo, a unidade produtiva isolada de infraestrutura de fibra da operadora. Não foram revelados valores pelo ativo.
Segundo o comunicado enviado ao mercado, a oferta vinculante foi feita em conjunto pela Globenet Cabos Submarinos, BTG Pactual Economia Real e "outros fundos de investimento" geridos pelo grupo BTG. Vale lembrar que a Globenet já foi uma empresa da Oi, e foi justamente vendida em 2013 para o Grupo BTG Pactual por R$ 1,745 bilhão, em valores da época.
O acordo para a aquisição parcial da UPI tem vigência inicial até o próximo dia 6 de março, podendo ser renovado automaticamente por mais 30 dias, salvo manifestação em contrário por qualquer das partes. Essa exclusividade garante condições ao BTG o direito de cobrir (right to top) outras propostas pelo ativo no processo competitivo que será realizado conforme o aditamento ao Plano da Recuperação Judicial. No comunicado, a Oi diz que o acordo "visa garantir segurança e celeridade às tratativas em curso entre as partes".
TELETIME apurou que pesou em favor da oferta do BTG Pactual o modelo de governança já definido e também uma proposta de preço consideravelmente acima da proposta da Digital Colony, com quem já vinha disputando desde antes da fase de proposta vinculante.
Fundos
A Globenet é parte do Fundo de Infraestrutura II do BTG Pactual, e opera um sistema submarino de mais de 26 mil km que serve o Brasil, Bermudas, Colômbia, Estados Unidos, Argentina e Venezuela. A operadora também está finalizando a construção de um novo cabo interligando o Brasil e a Argentina.
A proposta conjunta ainda tem o Fundo de Investimentos em Participações (FIP) Economia Real, gerido pelo BTG Pactual. O fundo tem como responsável pela gestão Renato Mazzolla, que é membro do comitê de sócios do banco. Segundo o escritório de investimentos Atlas Invest, o fundo terá prazo de sete anos, com os três primeiros anos de investimento e os quatro últimos para desinvestimentos, com estrutura máster "em torno de R$ 2 bilhões". A plataforma Economia Real é focada em setores considerados resilientes, com baixa volatilidade e fluxo de caixa previsível, como infraestrutura, telecomunicações, energia, saúde e educação. "O objetivo do produto é de adquirir companhias, profissionalizar a gestão, e vender de maneira rápida para os players concorrentes, com um ganho de capital relevante." (Colaborou Samuel Possebon)