Operadoras descartam uso da faixa de 450 MHz para cobrir área rural

Apesar de todo o esforço do governo brasileiro para incentivar a indústria nacional, que desenvolveu uma solução de LTE para a faixa de 450 MHz, as operadoras mostraram que a opção para cobrir a área rural não será essa.

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As operadoras alegam que a tecnologia não está suficientemente madura e preferem utilizar outras faixas para honrar os compromissos de cobertura da área rural – possibilidade prevista no edital de venda das faixas de 2,5 GHz / 450 MHz. Segundo o edital, 30% dos municípios devem ser cobertos até junho.

Para a Vivo, para que a cobertura rural ocorra de "forma plena", é preciso ter acesso a faixas mais baixas. A empresa pede que a Anatel faça um refarming da faixa de 900 MHz de modo que as empresas possam usá-las para o 3G e, assim, ofertarem o serviço de dados na área rural como prevê a obrigação.

Hoje as empresas já usam o 900 MHz para o 2G, mas elas têm dois blocos de 2,5 MHz + 2,5 MHz. Para prestar o 3G seria necessário que esses blocos fossem agrupados, somando um naco de 5MHz + 5MHz.

Segundo a diretora de regulamentação da Vivo, Katia Pedroso, a operadora cobre hoje cerca de 10% do território nacional. As metas de cobertura da área rural significam multiplicar por oito essa cobertura. "A Anatel reconhece essa dificuldade, tanto é que concedeu a faixa de 450 MHz, mas entendemos que ela não está suficientemente amadurecida", afirma ela. "O rural não é uma meta isolada, faz parte de um conjunto de metas de 3G, 4G etc. Precisamos da liberação da faixa adequada", argumenta.

Outro pedido colocado pela operadora é para que os benefícios fiscais concedidos para a utilização da faixa de 450 MHz sejam estendidos para toda e qualquer faixa usada para o atendimento rural. "O que a gente pleiteia é que essa desoneração seja para toda e qualquer rede que atenda a área rural", afirma ela.

Apesar de ter realizado testes com os equipamentos nacionais desenvolvidos pela WxBR para a faixa de 450 MHz, Oi também descarta usar a tecnologia. "A gente acredita que é uma tecnologia em fase de amadurecimento. Não só não existe uma operação madura, como não há grande portfólio de aparelhos", afirma o diretor de projetos da Oi, Carlos Brandão.

Já a Claro, que ficou com a área rural da região Norte, questiona a definição da cobertura a um raio de 30 km da sede do município. "Não sei se os 30 km fazem sentido. A demanda parece muito mais ligada a distritos do que à quilometragem de distância da sede", afirma Cristian Wickert, diretor de planejamento corporativo da operadora.

WxBR

O presidente da WxBR, Samuel Lauretti, por sua vez, sustenta que a tecnologia está madura, sim, e lembra às empresas de que há uma demanda de aplicações M2M que poderá ser atendida com a faixa de 450 MHz mesmo nas áreas urbanas.

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