Fontes ligadas às principais operadoras de telefonia fixa informam que Oi, Telefônica e GVT teriam chegado a um acordo para investir até US$ 400 milhões na compra dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro de futebol. Cada uma das partes colocaria US$ 100 milhões no negócio, faltando ainda um quarto cotista, que estaria sendo procurado pelo trio. A ideia das operadoras, vale destacar, não é pular o empacotador do pay-per-view. A intenção é criar a figura de um broker, que revenderá os direitos para as programadoras interessadas, acabando com a exclusividade entre as programadoras. Esses direitos poderiam ser oferecidos para diferentes modalidades de distribuição, incluindo os canais lineares, pay-per-view e video on-demand em IPTV.
O montante que as operadoras estão dispostas a investir, no entanto, pode não ser suficiente. Fontes do setor de TV por assinatura apontam que os custos do futebol para o setor podem chegar a US$ 1 bilhão.
A proposta das operadoras depende da não-aprovação do PLC 116 (ex-PL 29/2007), que cria regras para a TV por assinatura, uma vez que o projeto separa as empresas de distribuição e de produção de conteúdo no setor. Pela proposta que tramita no Senado, a compra de direitos pelas operadoras, portanto, não seria permitida. "O PL 29 é como a reforma tributária", ironiza uma fonte do setor de telecomunicações, "quando está para ser aprovada, volta tudo atrás".
Uma fonte no setor de TV desacredita das iniciativas para desmontar o atual formato de negociação de direitos com o Clube dos 13. Segundo esta fonte, não basta alugar caminhões de produção e transmissão para distribuir um jogo. A infraestrutura e know-how necessários para viabilizar a distribuição de até dez partidas por rodada, que acontecem em diversas praças e muitas vezes simultaneamente, dificultaria ou até inviabilizaria qualquer iniciativa neste sentido.
A fonte também não acredita na viabilidade de captação dos jogos do campeonato pelo próprio Clube dos 13 para vender o conteúdo para as diversas mídias de difusão. A possibilidade foi noticiada esta semana pelo jornal Meio&Mensagem. Segundo a fonte da área de pay-tv, a ideia é de um dirigente da entidade, mas dificilmente se viabilizaria economicamente para os clubes.