A Bolsa de Nova York (NYSE) anunciou no último dia de 2020 o início do processo de deslistagem das três principais operadoras de telecom chinesas: China Mobile, China Telecom e China Unicom.
A medida visa cumprir uma ordem executiva emitida pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em novembro. A medida bloqueou investimento dos EUA em empresas que o Departamento de Defesa alega serem de propriedade ou controladas por militares chineses.
Em comunicado divulgado no último domingo, 3, a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC) afirmou que o processo tem propósito político e "ignora inteiramente a situação real das empresas relevantes e os direitos legítimos dos investidores globais, prejudicando gravemente as regras e a ordem do mercado".
Valores
Ainda segundo a CSCR, os American Depositary Receipts (ADRs) que as três operadoras possuem na NYSE representam apenas 2,2% do total de ações circulantes do trio, em capitalização que não chegaria a 20 bilhões de yuans (US$ 3,1 bilhões), representando assim um impacto limitado.
Do montante total, a China Telecom seria responsável por 800 milhões de yuans em ADRs e a China Unicom, por 1,2 bilhão de yuans. Os quase 18 bilhões de yuans restantes ficariam por conta da China Mobile, maior operadora do país asiático. A deslistagem do trio vale a partir de 11 de janeiro, quando papéis já não poderão ser negociados por empresas ou cidadãos dos EUA.
Em comunicado nesta segunda-feira, 4, a China Mobile lamentou a decisão da NYSE e afirmou que segue regras de compliance nos EUA desde 1997, quando passou a ter ações listadas no país. A operadora também atentou para risco de volatilidade no valor das ações. Ao longo do dia, as ações da empresa recuaram 5,89% na NYSE; já em Hong Kong, o impacto foi menor na segunda asiática: 0,79%