Astranis quer lançar 100 satélites 'microGEO' até 2030

CCO da Astranis, Doug Abts. Foto: Rudy Trindade/Themapress

A startup norte-americana Astranis promete colocar no espaço 100 satélites micro geoestacionários até o final de 2030. Durante o Congresso Latinoamericano Satélites nesta quinta-feira, 3, o CCO da empresa, Doug Abts, falou sobre o interesse em fechar negócios na América Latina e deu detalhes sobre a estratégia da empresa para se diferenciar das operadoras tradicionais.

Dentro desse total de 100 satélites planejados, 12 já estão reservados: sendo um deles para a Argentina e três para o México. "Temos um lançamento planejado com a SpaceX para lançar quatro satélites, que acontecerá antes do final deste ano. Lançaremos mais cinco no próximo ano e outros seis no ano seguinte. Vamos lançar 15 satélites nos próximos dois anos, o que é mais do que o restante da indústria de GEO combinada", contou o CCO.

Para colocar os 100 satélites (chamados Omega) no espaço, a startup já conseguiu levantar US$ 750 milhões. Esse dinheiro foi o que permitiu à Astranis montar toda a infraestrutura de testes e fabricação – bem no centro de São Francisco, na Califórnia. "Muitas pessoas acham que somos loucos por construir satélites no centro de São Francisco, mas fazemos isso pelo acesso ao talento tecnológico", disse o CCO.

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Segundo Abts, cada satélite Omega será capaz de oferecer mais de 50 Gbps de capacidade. Atualmente, a Astranis tem capacidade para produzir 24 satélites por ano. A vida útil de cada modelo, no entanto, varia de 8 a 10 anos – menos do que se tem com um satélite GEO tradicional.

Negócio

Apesar da Astranis desenvolver e operar os próprios satélites, a startup não necessariamente vende a conectividade diretamente para o cliente final. Em vez disso, Abts disse que a empresa oferece capacidade de satélite para outras empresas – que podem então revender essa conectividade aos próprios clientes.

Por serem menores, o custo de fabricação é reduzido em relação aos satélites tradicionais. Essa economia, segundo a startup, se reflete em duas frentes: no lançamento, já que é possível subir até 12 satélites Omega em um foguete de classe média; e no preço final da conectividade, que cai 20% a 30% na comparação com os operadores tradicionais.

"Nosso modelo é basicamente um leasing com algum pagamento inicial, mas você paga conforme vai usando o serviço. Tradicionalmente, se uma empresa paga por um grande satélite GEO e ocorre algum problema, ela depende dos fundos de seguro. Conosco, você está apenas pagando pelo serviço que é fornecido. Essa é a beleza do nosso modelo", disse o CCO.

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