Anunciada em fevereiro, a compra do WhatsApp por US$ 19 bilhões pelo Facebook foi, enfim, aprovada pela Comissão Europeia nesta sexta-feira, 3. A entidade investigava se os dois serviços juntos poderiam prejudicar a competição no mercado de mensageiros over-the-top (OTT) na região. A conclusão foi que as empresas não competem tanto entre si e que os usuários iriam continuar a ter uma variada quantidade de alternativas após a transação.
A Comissão argumenta que o aplicativo Facebook Messenger possui experiência de uso específica pela integração forte com a rede social, e que os usuários normalmente contam com os dois aplicativos instalados nos smartphones, ou até mais serviços OTT. "Sobretudo, este é um mercado muito dinâmico com vários apps competidores disponíveis no mercado como Line, Viber, iMessage, Telegram, WeChat e Google Hangouts", justifica a entidade. O entendimento é que esse mercado possui ciclos de inovação muito rápidos, e que entrar com um novo serviço "não requer tempo e investimento significativos".
Por sua vez, no ponto de vista da Comissão Europeia, o WhatsApp não se configura como uma rede social, competindo diretamente com o Facebook. "Se muito, são competidores distantes nessa área", diz a entidade. "Mesmo no caso de uma integração entre o WhatsApp e Facebook, (…), o ganho líquido em termos de novos membros da rede social seria limitado, já que a base de usuários do WhatsApp já se sobrepõe em extensão significativa à do Facebook".
A Comissão investigou ainda a possibilidade de a empresa de Mark Zuckerberg passar a colocar publicidade no serviço OTT e/ou usar o WhatsApp como base de dados para melhorar o direcionamento da publicidade veiculada no Facebook. A entidade concluiu que a transação "não deveria aumentar preocupação de competitividade" porque, após a fusão, ainda haveria número suficiente de serviços alternativos para alimentar os anúncios da rede social. Além disso, afirma que grande quantidade de dados que são valiosos para esses propósitos não é de controle exclusivo do Facebook e, assim, não causa preocupações para as leis do bloco comercial europeu.