A Vero anunciou nesta terça-feira, 3, a entrada oficial nas cidades de Belo Horizonte (MG) e Goiânia (GO). Realizado com ajuda de redes neutras da V.tal, o movimento acirra a disputa direta do provedor com as grandes operadoras do País pelo mercado de banda larga.
Em conversa com jornalistas nesta terça, o CEO da Vero, Fabiano Ferreira, explicou que mesmo sendo o quinto grupo de banda larga do País, a operadora ainda possui 2,4% de market share a nível nacional. A entrada nas capitais, portanto, é uma forma de ganhar visibilidade e aumentar ainda mais a base de usuários.
"É um ambiente competitivo diferente. Nós competimos muito com os pequenos provedores, e é um volume e uma quantidade muito grande. Quando a gente vai para as capitais, sabemos que o nível de competição é diferente – e um pouco menor, sim", afirma o CEO, a respeito do movimento.
"Por outro lado, [nas capitais] você se depara com players maiores e que têm estratégias de competição distintas", completo o executivo, em evento em Belo Horizonte com a presença de TELETIME.
No projeto de entrada na capitais, a companhia já investiu R$ 13 milhões em atividades comerciais, para maior exposição da marca e na contratação de colaboradores. Do montante, R$ 7 milhões foram aportados na capital mineira e outros R$ 5 milhões na cidade goianiense.
Na estratégia para impulsionar o crescimento, a Vero também está avançando sobre seis cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte e mais três de Goiânia. Ao todo, a empresa passa a estar presente em 94 municípios em MG e em 52 de GO.
Rede neutra
Para tirar os planos do papel, a Vero vai utilizar tanto a sua rede própria quanto a rede neutra da V.tal.
Esse mix que reduz a necessidade de investimentos em infraestrutura e possibilita uma expansão mais acelerada da operação, afirma Ferreira. "Através da rede neutra, existem muito boas oportunidades, como as grandes capitais em que a gente não está presente."
O CEO explica que o desempenho em Belo Horizonte (BH) e Goiânia (GO) será determinante para definir o nível de investimentos e a velocidade na qual os aportes devem acontecer em novas localidades.
Na mira da Vero, estão as capitais em estados onde a tele já está presente, pensando no aproveitamento de sinergias. Esse movimento pode resultar em novos M&As, sobretudo em 2025.
Com 1,35 milhão de acessos, o provedor possui atuação relevante Minas Gerais (413 mil), São Paulo (370 mil), Rio Grande do Sul (214 mil), Santa Catarina (174 mil) e do Distrito Federal (162,8 mil), de acordo com dados da Anatel. A empresa também atua no Mato Grosso do Sul, Bahia, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Paraná.
ClientCo
A respeito da possibilidade da V.tal adquirir a ClientCo, a unidade de fibra óptica da Oi, Fabiano Ferreira aposta na relação de independência entre a parceira atacadista e uma eventual operação de varejo.
"A infraestrutura vai estar bem separada da parte de cliente. A gente entende que a situação continua dessa forma e que a nossa estratégia vai continuar para utilizar a rede neutra. Qualquer mudança nesse sentido que a gente venha a perceber, a nossa estratégia será diferente", afirma.
Conforme definido no processo de recuperação judicial da Oi, V.tal deve ficar com a fibra da ClientCo se não surgir outro interessado. Neste cenário, a empresa deixaria de atuar apenas com infraestrutura de redes neutras, para ser também um player de banda larga.
Tecnologia
No modelo de negócio da Vero, a operadora visa o aumento na quantidade de clientes entre aqueles que necessitam fazer a troca de tecnologia da rede, como os consumidores que desejam fazer a migração da Internet cabeada para a fibra óptica.
"A fibra óptica é a porta de entrada para um mundo completamente diferente. É uma série de oportunidades que a gente traz", diz Ferreira. Segundo a empresa, apenas 38% dos consumidores na capital mineira possuem fibra, por exemplo.
Para ser considerar uma "one stop shop" de telecom, a oferta de soluções passa pela qualidade dos pacotes de serviços e de tecnologia. Todos os planos da Vero contam com Wi-Fi 6 – algo considerado um diferencial, já que os concorrentes costumam ofertar a tecnologia em pacotes premium.
A estratégia da tele tem, ainda, a entrega de streamings como Max, Globoplay, Premiere, Paramount+ e Telecine, além de YouTube Premium e YouTube Music. Em BH e Goiânia, a empresa pretende praticar preços entre entre R$ 107 e R$ 125. (O jornalista viajou para Belo Horizonte convidado pela Vero)