CPE nacional para faixa de 2,5 GHz é homologada pela Anatel

A Anatel homologou no final de agosto a primeira CPE nacional para a faixa de 2,5 GHz em LTE TDD. O equipamento da fabricante Elsys tem como objetivo atender à demanda do mercado de provedores regionais (ISPs) que adquiriram a frequência no leilão de sobras. Segundo a empresa, além de ter um preço de metade do custo do aparelho importado, a CPE LTE TDD Outdoor EPRL 14 também permite aos ISPs acesso a capital do BNDES para financiar a compra de grandes lotes de receptores por ter fabricação nacional, na Zona Franca de Manaus.

O diretor de novos negócios da Elsys, Pablo Larrieux, explica que provedores já estavam usando de forma paliativa equipamentos da fornecedora para amplificar sinal e entregar tráfego de dados à casa dos clientes. Com isso, a companhia percebeu a demanda e iniciou o desenvolvimento na área de soluções corporativas em Manaus, incluindo características específicas para esse mercado. "A gente já tem vários ISPs fazendo testes com diferentes quantidades do aparelho, alguns com até cem deles, e estamos recebendo um feedback interessante e positivo", declara. A ideia é que a empresa comece a oferecer a CPE comercialmente já neste mês de setembro.

Larrieux afirma que a Elsys ainda está negociando com provedores e que, por isso, ainda considera prematuro divulgar clientes. Mas destaca que a empresa criou há dois meses uma gerência exclusiva para clientes corporativos como os ISPs, o que mostra o interesse nesse mercado. Há ainda o campo de atuação – normalmente os provedores regionais atuam no interior do País, lugares onde a empresa já contava com uma rede de parceiros capilarizada para negócios de TV e banda larga satelital, com 30 mil pontos de venda.

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Além disso, há a questão da urgência: para não perder a outorga da faixa de 2,5 GHz, os provedores precisam correr contra o tempo. "Eles têm obrigações contratuais, com um prazo para efetivamente iniciar a operação", declara. Por afirmar que o equipamento tem um custo mais acessível e permite a entrada na linha de crédito do BNDES, acaba sendo também uma "opção interessante" para essas empresas iniciarem a operação rapidamente, avalia o diretor da Elsys. "A banda larga no Brasil acaba sendo puxada pelos ISPs, e isso é absolutamente consistente com a impressão que temos ao conversar com eles para fazer negócio. É um segmento que, de fato, está demandando."

Tecnologia

O aparelho conta com a possibilidade de ser instalado em ambiente externo. "Há muitas soluções indoor, mas a nossa pode ficar do lado de fora, e isso faz com que se capture melhor o sinal", destaca. O equipamento pode ficar a uma distância de até 100 m da instalação da conexão de dados (um roteador Wi-Fi, por exemplo), bem como entre 5 a 15 km distante da ERB. Além disso, a antena tem um sinal sonoro que permite a instalação mais simples com apontamento da antena para a recepção. A CPE opera em LTE TDD Cat 4 (Release 9) nas bandas 38 e 41, com larguras de banda de 1,4 MHz, 3 MHz, 5 MHz, 10 MHz, 15 MHz e 20 MHz, permitindo downlink superior a 50 Mbps e uplink acima de 4 Mbps. Ela conta ainda com saída Ethernet, entrada para o SIMcard e a compatibilidade com os protocolos IPv4 e IPv6.

A CPE é especializada em 2,5 GHz para atender aos ISPs, mas há a possibilidade de adaptação relativamente simples para outras faixas. Perguntado se uma delas poderia ser a de 450 MHz, outra frequência que envolve o cumprimento de obrigações – desta vez, por parte de grandes operadoras, que a adquiriram no leilão de 2012 -, Larrieux diz que "não está na prancheta neste momento". Mas ressalta que bastaria adaptar software e mudar o chipset, áreas que a engenharia da fabricante poderia mexer rapidamente. "Estamos dando um passo por vez, agora focados nas bandas 38 e 41. Se precisar de banda 39 e outras tecnologias, por exemplo, a gente vai avaliar", conta.

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