Operações virtuais já acumulam entre 700 mil e 800 mil assinantes

As operadoras virtuais de TV por assinatura (quando a oferta se dá no modelode canais lineares, mas com distribuição pela Internet) já contam com uma base de algo entre 700 mil e 800 mil assinantes no Brasil. Este é um chute embasado de executivos das duas maiores operadoras de TV do país, a Claro e a Vrio, controladora da Sky e DirecTV Go, no Pay-TV Forum 2022, realizado por TELA VIVA e TELETIME, nestes dias 3 e 4 de agosto. O número mostra que parte significativa do churn no serviço tradicional de TV, o SeAC, está migrando para um serviço semelhante em termos de modelo de negócio e que atua de forma semelhante às operações tradicionais na cadeia de valor do audiovisual. A título de comparação, nos últimos 12 meses o SeAC perdeu justamente 800 mil assinantes, enquanto a maioria dos serviços virtuais tem até dois anos de atuação.

O Claro TV+ foi responsável por mais da metade das vendas de TV da Claro em julho, segundo mês do serviço, conta Ricardo Falcão, diretor de TV por assinatura da Claro.

Esta migração, no entanto, não tem o mesmo reflexo nas receitas das operadoras, conforme disse o o CMO da Claro, Márcio Carvalho, durante o evento, uma vez que o ARPU dos serviços por streaming ainda são significativamente menores.

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A curva de crescimento dos serviços virtuais mostra que a demanda por canais lineares de TV segue em alta. "Nosso aprendizado é que o consumidor gosta muito do linear. Muitos se surpreendem com o fato de que temos o mesmo consumo de HBO no linear que temos no catálogo", conta Gustavo Fonseca, CMO da Vrio/DirectvGo. Justamente por isso, a operadora investiu pesadamente no desenvolvimento da experiência do assinante no linear. Para Fonseca, a estratégia deu certo: "Hoje ninguém mais nos pergunta como vamos espelhar a experiência da Netflix".

"O consumo de canais lineares também cresceu na pandemia e não há uma curva descendente", diz Falcão, da Claro. "As negociações de direitos esportivos são cada vez mais elevadas e para contratos de 3 ou 4 anos. Isso mostra que todos apostam que o linear terá relevância lá na frente", completa.

Roberto Guenzburger, diretor de consumo da Oi, vai no mesmo sentido: "70% do consumo de vídeo no Brasil é linear. Há o consumidor passivo e essa passividade é uma necessidade do consumidor. Acho que o que vai mudar é a forma como se consome o linear", diz, apostando em interfaces com mais interação do espectador.

"Os programadores são os especialistas em programação. Não vai ter algoritmo para substituir isso", disse Cícero Aragon, CEO do Grupo Box Brazil, que acaba de lançar dez canais lineares.

Conexão

Para Ricardo Falcão, a experiência da Claro com o Claro Box – que passou por um rebrading para Claro TV + em julho com mudanças, também, nos modelos de negócios – mostrou que, não apenas o linear é um desejo do assinante, mas que a atratividade do streaming está muito ligada à proposta de valor. "A Claro TV+ traz uma proposta de valor diferente. Foi uma surpresa positiva o lançamento. Percebemos que nosso limitador é nosso trabalho, que tem questões nossas que precisamos evoluir. Estamos aumentando escala e footprint e agora começamos a ter volume fora da nossa rede".

Para ele, a banda larga ainda não é um limitador do crescimento do serviço. A banda larga, lembra, está bem difundida nas maiores e médias cidades. "Tem terreno grande para expandir até chegar ao limitador, em regiões sem uma banda larga com um mínimo de qualidade", diz.

Roberto Guenzburger, da Oi, lembra que houve "uma revolução da conectividade" no Brasil nos últimos quatro anos, com o crescimento exponencial do FTTH. "A banda média da nossa planta saltou, em quatro anos, de 10 mbps para 200 mbps. Foi isso que fez surgir todos esses novos modelos do qual estamos falando", diz.

De acordo com o executivo da Oi, a revolução ainda está acontecendo e é o foco principal da empresa. "O papel do conteúdo nessa estratégia é de diferenciação, fidelização e complementação do portfólio de soluções digitais", diz. A aposta é tanto como agregador de serviços e plataformas, quanto com a marca própria Oi Play TV, com conteúdo linear e on demand. "Temos 6 milhões de usuários de banda larga já prontos para receber esse serviço", finaliza.

Nacional

Cícero Aragon, CEO da Box Brazil Media Group, também aposta em um modelo de parceria atuando como agregador, bem como levando o seu serviço, o Box Brazil Play para outros agregadores. "Entendemos que haveria espaço para um grande hub de conteúdo brasileiro. Partimos do hub de canais próprios, agregando estúdios e outros canais brasileiros e seguimos atuando para atrair mais canais brasileiros", diz. Por outro lado, ele aposta que levará sua plataforma para outros parceiros, a exemplo do que já faz com a Claro, que já distribui o Box Brazil Play.

Além disso, através da Container, o grupo aposta nos diversos provedores de banda larga que já cruzam a linha de milhão de assinantes e "desejam sim ter a sua marca e dispor de conteúdos e soluções". Para isso, a empresa desenvolveu um grande backend conectando diversos apps, canais lineares, VOD. "Conseguimos entregar solução na qual o provedor pode contar até com as marcas dos grandes players".

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