Novas tecnologias de acesso aumentam velocidade da banda larga nas escolas

Em 2016, 97% das escolas brasileiras em áreas urbanas possuíam algum tipo de acesso à Internet, segundo a pesquisa TIC Educação divulgada nesta quinta-feira, 3, pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). Há contudo uma maior presença de tecnologias de acesso mais modernas, que acabam contribuindo para aumentar a velocidade média para as instituições. 

O período de coleta de entrevistas foi entre agosto e dezembro de 2016. Foram consultadas 1.106 escolas, 935 diretores, 922 coordenadores pedagógicos, 1.854 professores e 11.069 alunos até o segundo ano do ensino médio.

Do total de escolas urbanas, a maioria (44%) contava com conexão via cabo, um avanço de 8 p.p. em relação a 2016. A segunda tecnologia mais utilizada foi a de xDSL (25%, aumento de 1 p.p.), seguida por fibra ótica (11%, também crescimento de 1 p.p.), modem 3G/4G (7%, redução de 2 p.p.), rádio (5%, queda de 2 p.p.), satélite (4%, queda de 6 p.p.) e discada (1%, estável). Os 3% restantes não souberam dizer qual tecnologia era utilizada.

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No recorte por tipo de instituição há pouca diferença nas proporções, exceto no FTTH: 16% das escolas particulares têm esse acesso, enquanto nas públicas o percentual é de 9%. Por outro lado, a conexão via satélite é responsável por 5% dos acessos nas públicas e 1% nas privadas.

Por região, é interessante notar que o cabo é mais presente no Nordeste (54% das escolas), região que também se vale mais de modems de rede móvel (13%). No Sul, há percentual elevado de xDSL (44%), mas também mais conexões de fibra (20%). No Norte, o destaque são as conexões via satélite: 18%.

Em termos de políticas públicas, 50% das escolas públicas mencionam o Proinfo, e outros 47% do Programa Banda Larga nas Escolas. "Mas há uma parte de diretores que não reconhece efetivamente de onde vêm as conexões", declara o coordenador de projetos do Cetic.br, Fábio Sene. "As particulares quase não mencionam (a política pública), porque a conectividade vem delas próprias."

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Para a coordenadora da pesquisa no Cetic.br, Daniela Costa, apesar da grande disponibilidade, há uma redução no uso em laboratórios. E houve crescimento por faixa de velocidade, especialmente de 5 a 10 Mbps: de 16% para 19% nas escolas públicas. Nas particulares, caiu de 28% para 30%, porém com aumento de 3 p.p. para a faixa de 11 Mbps ou mais. Vale ressaltar que nas instituições públicas, o percentual de entrevistados que não souber responder aumentou 6 p.p. e ficou em 30%. "A qualidade da Internet ainda é obstáculo em escolas públicas", declara. "Todos esses desafios e obstáculos precisam ser superados para avançar em outros âmbitos, como o uso em pedagogia de projetos. Ainda assim, as tecnologias estão presentes na sala de aula pela ação de professores e alunos", completa.

Celular

Pela primeira vez, a pesquisa TIC Educação investigou também a utilização de celulares por alunos. Mais da metade (52%) utiliza o dispositivo móvel, montante semelhante tanto em públicas quanto particulares. "Quando a gente compara com indicador de alunos que utilizam celular na escola, percebemos diferença: 31% dos alunos [do total de 52%] são usuários de Internet, o que significa há uso mais intenso fora da escola do que dentro", afirma Costa. De acordo com a coordenadora da pesquisa, 95% dos alunos afirmam que não podem usar celular na sala de aula. "Talvez seja mais uma questão de cultura escolar do que infraestrutura, apesar de isso também impactar", diz.

Segundo o estudo, 27% dos alunos entrevistados acessam à Internet no celular por meio da rede móvel. Para 11%, o meio de acesso é utilizar a rede 3G ou 4G de outra pessoa. E somente 8% utilizam o Wi-Fi da escola. Vale notar que este percentual do uso do Wi-Fi é maior na Região Sul (16%) e em escolas particulares (17%). As instituições privadas ainda têm um percentual maior de alunos usuários de 3G/4G (31%), e de alunos que pegam a rede móvel emprestado (15%).

Aumentou em 5 p.p. a disponibilidade do Wi-Fi em relação a 2015, fechando o ano passado com 92%. O aumento, contudo, se deu ao avanço na penetração em escolas públicas, uma vez que nas particulares a proporção foi a mesma. Confira no gráfico do Cetic.br. 

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