Unifique e iez! miram parcerias com provedores para expandir 5G

Foto: Teletime Tec/Marcos Mesquita

Entrantes da telefonia móvel, a iez! telecom e a Unifique estão buscando formar parcerias com provedores de serviços de Internet (ISPs) para expandir as operações 5G nas regiões nas quais detêm frequências destinadas ao funcionamento da quinta geração móvel.

Para a iez!, o modelo diz respeito à sua principal estratégia de negócios no 5G, que começa a ser colocada em prática este ano. Já a Unifique, que já vem operando a rede em 50 cidades, tem a intenção de recorrer a prestadores parceiros como forma de complementar a sua investida comercial na banda larga móvel.

Os executivos das empresas comentaram a busca por parcerias durante o TELETIME Tec 5G & Wireless, promovido por TELETIME nesta terça-feira, 3, em São Paulo.

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O CEO da Unifique, Fabiano Busnardo, revelou que a operadora está atrás de parceiros visando expandir a operação de telefonia móvel nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O executivo estimou que pelo menos 300 cidades podem ser cobertas pela Unifique com o apoio de provedores locais.

"Estamos negociando com ISPs. No Sul, buscamos fazer isso em torno de 300 cidades. Acredito que vamos conseguir alguns modelos de parcerias para compartilhar", afirmou, mas sem minimizar os resultados alcançados hoje com a estratégia de implementação própria de rede.

Com mais de 130 mil acessos móveis até o fim do primeiro trimestre, Busnardo comentou que, atualmente, a empresa vende mais acessos de celular do que banda larga fixa e, em média, instala um site por dia.

Segundo o CEO da Unifique, todos os desafios da operação móvel "sob o nosso controle estão equacionados", mas a empresa ainda enfrenta a dificuldade de não ter a rede reconhecida em alguns modelos de celulares, o que é preciso ser feito via atualização de software do fabricante, além da baixa adoção de terminais 5G pela população em geral, por conta dos custos ainda elevados dos equipamentos compatíveis. No momento, a operadora também trabalha no lançamento dos planos pré-pagos.

"Hoje, praticamente metade do mercado é pré-pago, mas ainda não estamos navegando nessa onda. Isso deve acontecer ainda em junho", sinalizou o executivo. "A preocupação é não canabalizar o pós-pago. Com o pré-pago, o tíquete vai reduzir. Vai ser outro aprendizado pra gente", acrescentou, lembrando que a empresa, por ter o capital aberto, sofre pressão por resultados.

Busnardo disse que a Unifique tem feito testes com banda larga fixa sem fio via rede 5G (FWA), mas considera a operação "cara" em função da falta de escala de equipamentos. Além disso, o executivo apontou que, em alguns anos, o grande diferencial do 5G vai ser a viabilização de aplicações de Internet das Coisas (IoT). "Vamos ter uma overdose de equipamentos conectados em nossas casas", projetou.

iez!

Já o diretor executivo de Varejo e Negócios da iez!, Diogo Câmara, destacou que a empresa "está olhando os ISPs líderes de mercado" em cada região e já tem "contratos firmados". No caso, a iez! entra com a infraestrutura de rede móvel, enquanto o provedor fica responsável por comercializar o serviço para o cliente final – um negócio desse tipo já foi fechado com a NetSpeed, que atua em Minas Gerais.

"A gente constrói a infraestrutura, e eles vêm com a rede de fibra conectando as nossas ERBs [estações rádio base]. No final, dividimos o bolo desse empreendimento", afirmou Câmara. "Vamos começar a nossa operação neste ano", frisou.

Segundo o diretor da iez!, o serviço terá a marca do ISP parceiro para aproveitar a força comercial na região em que atua. O chip em si contará com a inscrição "powered by iez!".

Além disso, Câmara apontou que a nova operadora – até então, o grupo dono da iez! atuava apenas como fornecedor de equipamentos – também planeja ter uma oferta de FWA. Em sua avaliação, o produto pode "expandir as fronteiras dos ISPs" e ser um "catalisador da expansão orgânicas dos nossos parceiros estratégicos".

"O nosso objetivo é fazer os provedores terem sucesso [no móvel]. Daí eu vou ter o meu sucesso", pontuou.

700 MHz

Os executivos também apresentaram considerações sobre o leilão da frequência de 700 MHz, do qual tanto a Unifique como a iez! pretendem participar – a licitação pode ocorrer ainda este ano.

Busnardo salientou que a devolução da frequência por parte do vencedor do certame de 2021 "atrapalhou, atrasou, mas agora são águas passadas", acrescentando que o próximo leilão "está bem endereçado pelo regulador".

Ele ainda ressaltou que o uso secundário da faixa "parcialmente solucionou" a falta de uma frequência baixa para operar 4G, mas destacou que é preciso "ter segurança dos investimentos" por meio do uso primário.

Câmara, por sua vez, defendeu que apenas as atuais entrantes do 5G, que adquiriram a frequência de 3,5 GHz no leilão de 2021 (a faixa nobre do 5G), participem da licitação. "Os 700 MHz só fazem sentido para as entrantes. A faixa sozinha, daqui a três ou quatro anos, não faz razão de existir, pois complementa o uso dos 3,5 GHz".

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