Amazônia 5G prioriza FWA e projeta cobrir até 100 cidades em 2025

Luiz Cláudio Soares Pereira, do Amazônia 5G (Foto: Teletime Tec/Marcos Mesquita)

O Consórcio Amazônia 5G, formado por um grupo de provedores de serviços de Internet (ISPs) que adquiriu as licenças da Sercomtel para operar o serviço de quinta geração móvel na região Norte e no estado de São Paulo, planeja dar início à operação ainda este ano, com a rede móvel sendo ativada em algo em torno de 50 a 100 cidades dos estados do Norte.

O foco inicial será o serviço de banda larga fixa via rede 5G (FWA). As informações foram compartilhadas pelo CEO do Consórcio Amazônia 5G, Luiz Cláudio Soares Pereira, nesta terça-feira, 3, durante o evento TELETIME Tec 5G & Wireless, promovido por TELETIME, em São Paulo.

"No nosso cronograma, a gente vai iniciar esse ano em minimamente 50 ou 100 cidades. E estamos nos preparando para cobrir as cidades de obrigação de 2026", destacou.

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Pereira ressaltou que o consórcio "está bem estruturado" para receber as primeiras estações rádio base (ERBs) visando o lançamento da operação móvel. A Huawei é a fornecedora das antenas. O executivo ainda salientou que, inicialmente, a "aposta é no FWA", de modo que o serviço de telefonia celular será secundário.

"Estamos preparando a rede para operar muito focado em cima do FWA", pontuou. "O nosso foco é baseado em alta capacidade e alto tráfego. Estamos desenhando isso para suportar um alto volume de tráfego. O desenho da rede é para FWA", complementou.

O representante do consórcio disse que ainda não há testes em andamento, mas indicou que não deve demorar para realizar os primeiros experimentos. No momento, mesmo sem ERBs em operação, o grupo "está aprendendo sobre o comportamento da rede".

FWA como negócio para as regionais

No mesmo painel, José Roberto Nogueira, CEO da Brisanet, empresa que conta com a maior base de FWA 5G do País na atualidade, afirmou que a tecnologia é uma oportunidade mais interessante para as regionais do que para as operadoras nacionais. A razão é que as redes das entrantes estão sendo construídas do zero, sendo demandadas por uma base menor de clientes.

Nogueira, inclusive, explicou que, quando a frequência de 2,3 GHz ficar sobrecarregada, a Brisanet pretende ativar os 3,5 GHz para dar novo fôlego ao FWA, cujo consumo de banda é parecido com o da fibra óptica. Em seguida, quando 70% da rede de 3,5 GHz estiver em uso, a estratégia vai ser fazer o "FTTH cirúrgico".

"Vamos transferir clientes com alto consumo no FWA para a fibra. Isso vai acontecer lá por volta de 2030, não temos essa preocupação agora", disse o chefe da Brisanet.

Ele acrescentou que a empresa vai manter o modelo de franquia de dados na comercialização do produto, uma vez que "a rede móvel tem limite e todo espectro já leiloado vai congestionar entre 2029 e 2030", engrossando o coro pela divisão da frequência de 6 GHz entre Wi-Fi e celular.

Teletime Tec 5G Wireless 2025 painel FWA
Foto: Teletime Tec/Marcos Mesquita

O CTO da Vero, Rodrigo Rescia, por sua vez, disse que a empresa está preparando o core de rede para suportar o uso do FWA – a empresa, vale lembrar, oferta o serviço de telefonia móvel como MVNO usando a rede da TIM.

Rescia recordou que, em abril, a operadora lançou o Conecta+, um modelo de conectividade híbrido para empresas, no qual o modem acompanha conexão primária de fibra óptica e secundária via SIM card. O produto foi desenvolvido em conversas com clientes e parceiros.

"Se houver algum rompimento da fibra, o usuário não fica sem cobertura. Não entrega o mesmo serviço que o Wi-Fi, mas a empresa não perde receita. Quando a fibra volta a funcionar, o modem automaticamente muda a conexão", explicou o diretor da Vero.

Também no painel, o CMO da Nuh! Digital, Leonardo Luiz Golçalves, disse que a empresa prioriza conexões de fibra óptica, mas considera o FWA uma "opção com alta competitividade e atende muito bem onde a fibra não chega". Contudo, apontou que a solução ainda precisa ganhar escala para se tornar mais viável aos negócios.

A Nuh! Digital é uma operadora que optou pelo modelo de ser uma integradora de múltiplas redes, atuando na oferta de redes de fibra, redes móveis no modelo de MVNO, WiFi e satélite, a depender do projeto. "Como não construímos a rede, buscamos parcerias mostrando as oportunidades que existem para os diferentes operadores". Hoje, a empresa atua em diversos projetos de implementação de redes de políticas públicas e mercado corporativo.

Vale lembrar que, nesta terça-feira, a provedora especializada em conectividade para educação anunciou que se tornou uma MVNO autorizada pela Anatel, vinculada à rede da Claro.

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