Abrint defende uso compartilhado do 6 GHz em reunião da Citel

A entidade de provedores regionais de banda larga Abrint apresentou uma proposta de modelo dinâmico de compartilhamento de espectro para a faixa de 6 GHz durante a 45ª reunião da Comissão Consultiva Permanente II (CCP-II) da Comissão Interamericana de Telecomunicações (CITEL/OEA), que acontece no México esta semana.

A entidade defende o uso da faixa de 6 GHz para redes Wi-Fi em toda a América Latina. Segundo a Abrint, os modelos tradicionais, centrados em licenciamento exclusivo e rígido, estão defasados frente às demandas atuais da sociedade, que tem exigido mais capacidade de conexão para residências, empresas e infraestrutura pública.

A proposta apresentada pela Abrint estaria alinhada com estudos conduzidos por reguladores do Reino Unido, França e Alemanha. Eles demonstrariam que a utilização compartilhada do espectro, com papel central para o Wi-Fi, é mais eficiente, democrática e promotora de inovação, afirma a associação.

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A entidade também cita dados da União Internacional de Telecomunicações (UIT) que mostram que atualmente, mais de 88% do tráfego de dados nas Américas é suportado por redes Wi-Fi, com expectativa de que o tráfego de banda larga fixa seja seis vezes maior que o tráfego móvel até 2030.

A proposta da Abrint

As cinco diretrizes do modelo proposto pela Abrint são:

  • Acesso imediato e sem licença para o Wi-Fi na faixa inferior (5.925–6.585 MHz), tanto em ambientes internos quanto externos, mediante uso de sistemas de Coordenação Automática de Frequência (AFC);
  • Operação do Wi-Fi em toda a faixa de 6 GHz para uso interno, em baixa potência, sem necessidade de coordenação prévia, atendendo à crescente demanda residencial e corporativa;
  • Reserva progressiva da faixa superior (6.585–7.125 MHz) para uso futuro da IMT (serviços móveis), sem exclusão imediata do Wi-Fi, que continuaria operando de forma oportunista até o efetivo uso pela IMT;
  • Direito de acesso secundário do Wi-Fi nas áreas reservadas para IMT, quando e onde não houver operação ativa da IMT;
  • Revisões técnicas e regulatórias a cada dois anos, com base em evidências sobre demanda, evolução tecnológica e níveis de implantação da IMT, garantindo que as políticas sejam adaptáveis e responsivas às necessidades do mercado.

Proposta brasileira

Vale lembrar que no fim de 2024, a Anatel reverteu posição que destinava toda a faixa de 6 GHz para serviços não licenciados como o Wi-Fi. Em vez disso, a agência destinou a metade superior do espectro para os serviços móveis. O tema tem dividido o setor de telecomunicações aqui no Brasil, dado que o espectro para Wi-Fi é considerado essencial para o mercado de banda larga.

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