À espera de regulação, Claro avança com cautela no uso de IA

Rodrigo Assad, da Claro (Foto: Teletime Tec/Marcos Mesquita)

A Claro tem implementado recursos de Inteligência Artificial (IA) em suas operações, sobretudo no que diz respeito ao aprimoramento da eficiência da rede móvel. Contudo, em função da falta de regulação, a operadora prefere avançar com parcimônia na implantação da tecnologia, com foco no desenvolvimento de casos de uso e em tecnologias de suporte às futuras aplicações de IA.

"Há coisas que já temos roll-out, como eficiência de ERB [estação rádio base] e sobrevida de equipamentos", disse Rodrigo Assad, diretor de Inovação, Produtos B2B e do beOn da Claro durante o evento TELETIME Tec 5G & Wireless, promovido por TELETIME nesta terça-feira, 3, em São Paulo.

O executivo apontou que a IA, entre outras contribuições ao setor de telecom, também pode ajudar a monitorar equipamentos, combater spam telefônico e tornar as redes mais inteligentes e decisivas. No entanto, antes de ampliar o uso da tecnologia, a empresa prefere esperar por um arcabouço regulatório.

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"Um dia, quando as regulações surgirem, a gente implementa a IA sobre alguns serviços", reforçou. "Temos um trabalho gigante de SD-WAN para torná-lo mais inteligente e com menor custo. Mas estamos em um mercado [de telecom] muito regulado e temos feito muitas consultas para entender o que podemos fazer com a IA", explicou.

De todo modo, Assad contou que a operadora instalou um laboratório com foco em experimentação de novas tecnologias, o que deve ajudar a empresa a acelerar o uso de aplicações e softwares baseados em IA em um momento de maior previsibilidade regulatória.

"Em média, demorava-se nove meses para experimentar tecnologia na Claro. Agora, a nossa missão é testar tudo em até 40 dias", assegurou.

Receitas e custos

Na mesma mesa, o diretor de tecnologias e soluções da Ericsson, Paulo Bernardocki, sugeriu que as operadoras façam uso da IA como forma de elevar as receitas e reduzir os custos operacionais. Segundo ele, as empresas podem começar implementando a tecnologia sobre os dados da base de assinantes e dos equipamentos em operação.

Paulo Bernardocki Ericsson Teletime Tec 5G Wireless
Paulo Bernardocki, da Ericsson (Foto: Teletime Tec/Marcos Mesquita)

"O entendimento da base de assinantes pode alavancar novos serviços, gerar aumento de ARPU [receita média por usuário], abrir novos negócios e até mesmo reduzir o churn [evasão de clientes], o que não deixa de ser uma receita adicional", apontou Bernardocki.

Além disso, o diretor da Ericsson projetou diminuição dos custos operacionais caso a operadora adote a IA no acompanhamento dos equipamentos de rede, visando à realização de manutenções preventivas na infraestrutura e nos dispositivos instalados na casa dos clientes.

Outra aposta da empresa é no casamento de interfaces de rede (APIs) pelo padrão Open Gateway e aplicações de Inteligência Artificial. Ele lembra que muita coisa na indústria de telecom já usa IA há muito tempo. "Não é novidade, mas hoje existe a novidade dos grandes modelos de linguagem (LLM) para IA generativa". De qualquer maneira, diz ele, para aplicações Open Gateway, o uso integrado de IA com os dados da rede abre novas possibilidades, assim como para a aceleração de redes com arquitetura OpenRAN.

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