Sem muita surpresa para o mercado, o esperado movimento de abertura de capital da provedora de pequeno porte Brisanet aconteceu na noite da quarta-feira, 2. A companhia entrou com o pedido da Oferta Pública de Ações (OPA) na Comissão de Valores Mobiliários em conjunto com o Banco Santander, que atua como coordenador líder; a XP Investimentos, como agente estabilizador; e o BTG e a UBS como coordenadores da oferta.
Além da OPA no mercado brasileiro, a Brisanet afirma que fará "esforços" junto com os bancos para colocação das ações na comissão de valores dos Estados Unidos, a Securities Exchange Comission (SEC).
O preço por ação será fixado após a conclusão do procedimento de coleta de informações de investimento junto a investidores institucionais no Brasil, o que será aferido pelos bancos que assessoram a PPP. Investidores não institucionais não participarão desse procedimento de Bookbuilding.
Estrutura
A Brisanet é um dos principais players entre os PPPs no Brasil, investindo fortemente em fibra óptica, especialmente na região Nordeste. A companhia conta com aproximadamente 697 mil acessos, de um total de 2,9 milhões de homes-passed. A operadora ainda tem a controlada Agility Telecom, que conta com 140 mil acessos e 0,5 milhão de HPs.
A infraestrutura conta com 14,4 mil km de backbone, 150 data centers próprios e 35,1 mil km de rede de fibra até a residência (FTTH).
A receita operacional líquida da Brisanet em 2020 foi de R$ 472 milhões, com taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 48,2%. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) da empresa no período foi de R$ 179 milhões.
Recentemente, a companhia teve aprovado projeto de emissão de R$ 500 milhões em debêntures incentivadas para financiamento de rede óptica, além de infraestrutura para rede móvel. O CEO da provedora, José Roberto Nogueira, já adiantou várias vezes que a empresa tem forte interesse no leilão do 5G, com foco especial em acesso móvel pelo celular para usuários, de forma complementar ao FTTH.