Conselheiro deixa Oi e alerta para importância da execução de nova estratégia

A Oi informou em comunicado enviado ao mercado na noite desta segunda-feira, 3, que o conselheiro Ricardo Reisen de Pinho apresentou renúncia ao cargo no conselho de administração da companhia. No comunicado, a empresa expressa "o mais profundo agradecimento" ao executivo e diz que tratará "oportunamente" de nomear um substituto para o cargo. A operadora informou que a saída se deu por "motivos de foro íntimo", mas o executivo protocolou o arquivamento da carta de renúncia com uma extensa declaração. No documento, ele analisa a política do aumento de capital e tece comentários a respeito do andamento do Plano de Recuperação Judicial, sobretudo em relação à nova estratégia que a empresa está construindo com o Boston Consulting Group (BCG), o Bank of America Merryl Lynch e a consultoria da Oliver Wyman, e que deverá ser apresentada ainda este mês.

Na carta, Ricardo Reisen destaca sobre o momento atual da Oi: "Um cenário macroeconômico deprimido e um ambiente regulatório incerto, atrelados a estritas obrigações financeiras estipuladas no PRJ ou no curso dos seus negócios, bem como uma ainda reduzida capacidade de investimento, afetam negativamente suas atividades empresariais, limitando sua geração de resultados e pressionando seu fluxo de caixa". Mas ele diz que os fatos eram previsíveis na época da aprovação do Plano, e que os credores acabaram se tornando acionistas da companhia.

Por isso, ele lembra que uma nova estratégia que "alinha interesses diversos às condições de contorno existentes" está sendo elaborada. "Neste processo é fundamental questionar as razões e interesses econômicos, e mesmo político-sociais, que sustentam a existência da estratégia a ser proposta, desafiando e testando alternativas, mesmo que apenas no plano teórico. Não basta apenas descrever o 'como', mas também explicar o 'porquê'."

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Ele especula que alternativas como a extensão da recuperação judicial por "mais um período" ou aporte de novos recursos por parte de acionistas deverão ser "exaustivamente exploradas e justificadas". Isso porque ele aponta ter havido uma "falácia" ao falar que o aumento de capital de R$ 4 bilhões seria com novos recursos, justificando que isso já era parte inerente do Plano. "Com relação a este último ponto, vale destacar que os principais bondholders/acionistas backstoppers se remuneraram por tal fato, bem como todos os acionistas que aportaram recursos viram seu capital apreciar cerca de 30% no período".

Assim, Reisen de Pinho justifica que um novo aporte de capital demonstraria o "interesse genuíno dos acionistas de reforçar o volume de investimento da companhia, respaldando assim uma estratégia de longo prazo a ser proposta de forma independente pelo conselho". E afirma que isso ampliaria a capacidade da Oi de "se engajar em eventuais tratativas estratégicas com terceiros em um horizonte de menor prazo", gerando maior valor para a própria empresa. O executivo opina que apenas criar a estratégia não é suficiente, e que a empresa precisa combinar esforços para reforçar a capacidade de execução.

A carta, endereçada ao presidente do conselho, Eleazar de Carvalho, e ao diretor presidente da Oi, Eurico Teles, foi enviada ao Juiz da 7a Vara Empresarial e ao Ministério Público.

1 COMENTÁRIO

  1. Seja La Fonte, Andrade Gutierrez, os portugueses ou agora os antigos credores, a Oi é sempre uma mãe generosa para seus controladores.

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