TIM apresenta aumento nas receitas e no lucro, mas fluxo de caixa negativo

Fachada da TIM. Foto: Divulgação

O desempenho no primeiro trimestre deste ano da TIM foi positivo na receita e no lucro líquido, especialmente pelo avanço do pós-pago e do crescimento de serviços digitais. No entanto, o cumprimento de obrigações relacionadas ao 5G e pagamento de taxas levaram a companhia a encerrar março com fluxo de caixa negativo. Os dados foram publicados na noite desta terça, 3.

A receita líquida da operadora totalizou R$ 4,727 bilhões no primeiro trimestre, uma alta de 8,9% comparado ao mesmo período de 2021. Predominantemente uma empresa de telefonia móvel, este foi o maior componente do total. A receita líquida do serviço móvel aumentou 8,6%, totalizando R$ 4,286 bilhões. Vale destacar o desempenho da "plataforma de clientes", que inclui serviços de valor adicionado (SVA) financeiros e educacionais, além de publicidade móvel. Essa receita mais do que dobrou (107,7%), totalizando R$ 35 milhões. 

A receita gerada por cliente, maior componente do serviço móvel, aumentou 8,3% e encerrou o trimestre com R$ 3,9 bilhões. A receita média mensal por usuário (ARPU) aumentou 7,6% e ficou em R$ 27,4. A empresa diz que o crescimento foi decorrência da estratégia de "migrações para planos de maior valor e de diferenciação de oferta". A ARPU do pré-pago cresceu mais (5,1%, total de R$ 13,2) proporcionalmente do que o do pós-pago (3,1%, total de R$ 46,8).

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A área de produtos totalizou R$ 143 milhões, aumento de 28,7%. Segundo a empresa, isso aconteceu por conta de uma oferta bem sucedida do iPhone 12 em março. 

Já o serviço de banda larga fixa, incluindo a TIM Live, avançou 5,7%, totalizando R$ 297 milhões no trimestre. Considerando somente a TIM Live, a receita foi de R$ 192 milhões, aumento de 10,2%. 

Lucro no trimestre, mas fluxo de caixa negativo

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) reportado foi de R$ 2,103 bilhões nos primeiros três meses de 2022, um avanço de 4,1% no comparativo com igual período do ano anterior. A margem, entretanto, caiu 2,1 pontos percentuais, ficando em 44,5%, devido aos custos relativos à I-Systems (antiga FiberCo), cujo controle foi vendido para a IHS em novembro de 2021. Assim, o lucro líquido da TIM no trimestre foi de R$ 405 milhões, aumento de 46,4% ao ano anterior.

A companhia dedicou um total de R$ 1,328 bilhão em Capex, praticamente o mesmo do primeiro trimestre de 2021 (aumento de apenas 0,3%). A relação EBITDA – Capex totalizou R$ 775 milhões, aumento de 14,2%. Com o Capital de Giro reportando R$ 1,219 bilhão negativos, o fluxo de caixa operacional ficou também negativo em R$ 444 milhões, contra um resultado positivo de R$ 1,877 bilhão em 2021.

O resultado do fluxo de caixa foi explicado justamente pelo desembolso do capital de giro por conta do pagamento em fevereiro da primeira parcela da Entidade Administradora da Faixa de 3,5 GHz (EAF), como obrigação relativa à licença obtida no leilão do 5G. Além disso, a empresa precisou pagar as contribuições da Condecine e CFRP em março no valor de R$ 298 milhões.

Desta forma, a dívida líquida total saltou de R$ 3,723 bilhões em dezembro do ano passado para R$ 5,888 bilhões em março deste ano. A relação dívida líquida/EBITDA foi de 0,7x, contra 0,4x no final de 2021.

Operacional

A base da TIM no total aumentou 1,1%, somando 52,305 milhões de acessos. O avanço aconteceu mesmo com a queda no pré-pago, de 1,4%, somando 29,089 milhões de linhas. O pós-pago "humano" (ou seja, sem acessos M2M) totalizou 19,232 milhões de acessos, avanço de 5,2%. A base de usuários 4G chegou a 46,865 milhões de chips, aumento de 6,6%. E pela primeira vez, a operadora passou a demonstrar a base 5G-DSS, totalizando 366 mil acessos.

A base de clientes da TIM Live tinha 689 mil acessos (crescimento de 3,2%). Mas houve aumento de 31,4% na fibra até a residência (FTTH), que totalizou 438 mil acessos – desde o final do passado, essa base é maior do que a do FTTc. A empresa destaca ainda o lançamento da oferta em Joinville, que marca o "retorno do movimento de expansão" para novas cidades após a separação industrial da empresa de rede neutra I-Systems.

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