Crise na indústria de cobre prejudica setor de fibras ópticas

Além do déficit na balança comercial (de US$ 90 milhões somente nos dois primeiros meses deste ano) gerado pela desvalorização do dólar, a indústria brasileira de cobre sofre com outro problema até mais sério: a previsão de falta do minério nos próximos anos. O diagnóstico é do diretor de redes da Furukawa, Helio Durigan, diretamente interessado no assunto, uma vez que a crise tem desdobramentos não só no segmento de cabos telefônicos como também no setor de fibras ópticas, ambos os produtos fabricados pela empresa no Brasil.
Segundo o executivo, os maiores produtores de cobre do mundo são o Chile, a Zâmbia e a Austrália e já não conseguem mais dar conta de toda a demanda mundial. "Só a China consome 40% deste minério e, com isso, o cobre virou moeda financeira, de tão valorizado", diz. Ele conta que o valor da tonelada do cobre no mercado internacional nos últimos três anos está em torno de US$ 10 mil. "Antes disso, esse custo variava entre US$ 1,7 mil e US$ 2,7 mil", lembra.
Como os contratos com as operadoras de fornecimento de cabos de cobre são indexados pelo custo do minério, diz Durigan, este mercado não tem sido mais vantajoso para a Furukawa. "Além disso, há muitas empresas brasileiras que só produzem cabo telefônico e, por isso, entram nas licitações das teles com custos muito baixos, valores que não interessam para nós", explica.

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O executivo da Furukawa também alerta para a influência indireta da alta do cobre no setor de fibras ópticas. "Com o cabo telefônico mais caro, aumenta a procura e também a oferta por fibra óptica, que sofre redução do preço", diz.
Por estes e outros motivos, a Furukawa pretende descontinuar a fabricação de cabos telefônicos (CTP/APL) nos próximos dois anos. "A partir de 2013 a produção terá sido encerrada", afirma Durigan.

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