A discussão entre a Anatel e o setor de energia sobre parâmetros para a cobrança pelo uso dos postes parece que é uma novela que deve ganhar novos capítulos em breve. O assunto se arrasta há vários anos, mas deve ganhar um componente explosivo nas próximas semanas.
Isso porque a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sinalizou à Anatel, por meio de um novo parecer jurídico, que é possível estabelecer um preço único para o aluguel de postes. Chegou a indicar inclusive um valor, na casa dos R$ 2,40. Parece uma boa notícia. O problema é que se uma decisão nesse sentido é o sonho dos operadores de TV a cabo, que há mais de uma década lutam para conseguir pagar valores mais modestos pelo uso dos postes, por outro seria um pesadelo para as empresas de telefonia, que pagam centavos. Hoje, R$ 2,40 seria, na maior parte dos casos, um bom preço para as empresas de TV paga, já que há operadores pagando quase R$ 10 pelo aluguel de espaço em cada poste. Outros conseguiram, na Justiça, o direito de pagar valores um pouco menores, mas raramente inferiores a R$ 1,50. Mas as empresas de telefonia, que alugam quantidades muito maiores de postes e têm contratos desde o tempo do Sistema Telebrás, pagam em geral muito menos de R$ 1 por cada poste. Um aumento para R$ 2,40 seria inviável.
Longa novela
Infraestrutura