CTO da SES propõe parceria com governo para exploração de satélite

Uma parceria entre governo e iniciativa privada para explorar o mercado espacial brasileiro. Essa é a sugestão do CTO da SES, Ruy Pinto, em um modelo que ele considera que pode ser importante para o mercado brasileiro. Em cerimônia de inauguração do teleporto da empresa em Hortolândia (SP) nesta terça, 3, o executivo citou a iniciativa da operadora com o governo de Luxemburgo, com quem criou a joint-venture LuxGovSat em 2015 para bandas X e Ka. "É um exemplo de como a indústria privada e o governo podem ter algo novo, um modelo que pode ser importante para o mercado brasileiro", explicou ele.

Para tanto, Ruy Pinto ressalta que há a necessidade de o governo brasileiro adotar regras claras e trabalhar em parcerias com outros governos, mas sobretudo aliviar – ou ao menos simplificar – a carga tributária. Segundo o executivo, para a instalação do teleporto no interior paulista foi necessário um investimento pelo menos 50% acima do que em outros países.

"A diferença de custo entre esse teleporto e um nos Estados Unidos ou na Colômbia, na maior parte, foi na carga tributária", declarou. "Para uma empresa como a SES, é importante que você tenha uma estrutura tributária simples, fácil de entender, e que as regras sejam claras, porque é muito mais fácil para a gente ter um plano de negócios, é mais fácil para o governo administrar, e ainda evita distorções."

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Telebras e ViaSat

O executivo cita como problemas para a elaboração de editais a falta de coordenação entre entidades do governo, como o órgão regulador, o Tribunal de Contas da União (TCU) e demais atores. Por isso, engrossa o coro de sindicatos de operadoras de satélite (Sindisat) ao pedir maior transparência no contrato entre a Telebras e a Viasat. "Eu sei que a Telebras lançou um edital sobre a utilização do satélite brasileiro, o que não funcionou, ninguém fez proposta que satisfizesse o edital. Isso é sintoma não que o negócio estava errado, mas que o edital não foi feito de maneira ótima, não levou em consideração a indústria que quer prover o serviço (de banda Ka)", declara. "Se por acaso o modelo de negócio nesse caso específico faz mais sentido para a ViaSat, não temos problema. Mas a transparência e a oportunidade única são importantes para nós.", avalia.

2 COMENTÁRIOS

  1. Generoso o Sr. Ruy Pinto, ao afirmar que "o edital não foi feito de maneira ótima,não levou em consideração a indústria que quer prover o serviço (de banda Ka)" Na realidade dos fatos, o Edital e seu modelo, não poderiam ser diferentes, pois foram construídos por consultoria de compadrio, que conhece modelo de negócio do segmento de satélites e comunicações apenas de ouvir dizer ou de assistir lançamentos pela TV. O esquisito é os órgãos de controle não irem atrás de quem contratou, de quem pagou e de quem executou, e exigir de volta aos cofres públicos, os milhões que foram pagos à consultoria contratada sem licitação e no caladão. Os resultados não poderiam ser diferentes. Com a palavra o Diretor Comercial da Telebras da época.

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