A necessidade de implantação do nono dígito nos celulares da capital paulistana e em sua região metropolitana tem animado empresas de tecnologia, embora a alteração esteja prevista para ocorrer apenas na metade deste ano. Um exemplo de companhia que já tem trabalhado este quesito é a BRQ, especializada em softwares ‘sob medida’. “Já temos trabalhado com inventário dos bancos de dados de algumas operadoras e bancos que utilizam linhas móveis em seus sistemas”, afirma o vice-presidente da companhia, Antonio Eduardo Rodrigues.
Segundo ele, esta é uma fase preliminar do processo de mudanças na numeração da telefonia móvel da área 11. Afinal, as empresas terão que mudar o banco de dados e fazer adequações de software para atuar no novo padrão. “Para quem provê tecnologia, isso é meio parecido com o bug do milênio — erro de lógica na programação que colocou em risco os sistemas informatizados às vésperas do ano 2000”, compara.
O executivo, no entanto, preferiu não revelar mais detalhes sobre os esforços das operadoras para a migração dos sistemas para acomodar o dígito extra nos números telefônicos.
Negócios
Forte na prestação de serviços para o segmento bancário, a BRQ resolveu em 2011 investir na área de mobilidade, desenvolvendo uma arquitetura interna que possibilita a criação de aplicativos na web. De acordo com Rodrigues, esse processo gera economias para quem deseja programar aplicativos para as diversas plataformas existentes: iOS, Android e Windows Phone, entre outras. “Se for possível desenvolver uma parte fora da plataforma, a gente ganha tempo apenas adaptando o aplicativo às demais”.
O negócio de mobilidade, segundo o executivo, deve representar R$ 5 milhões da receita de R$ 450 milhões que a empresa espera gerar neste ano, enquanto desenvolvimento para telecomunicações, em geral, pode chegar a R$ 15 milhões. “É algo que se mostra em franco crescimento e até 2015 será uma parte muito relevante do nosso negócio”, conclui.