Embratel entra na disputa por pequenas e médias empresas

O lançamento nesta quinta-feira, 3, da rede WiMAX da Embratel em Brasília abre caminho para a empresa dar ênfase ao mercado de pequenas e médias empresas. O foco da companhia para os novos pacotes, que começam a ser vendidos nesta sexta, 4, é exatamente este nicho, até então não explorado pela maior operadora de telefonia de longa distância do País. A empresa faz mistério sobre o tamanho da fatia desse mercado que pretende abocanhar. Mas o campo de disputa é amplo: existem aproximadamente 5 milhões de pequenas e médias empresas no País.
Segundo o presidente da Embratel, José Formoso, a idéia é garantir a oferta competitiva de serviços. E a companhia teria encontrado no WiMAX uma solução capaz de equacionar melhor preços na oferta de serviços combinados de voz e dados. ?A rede WiMAX irá complementar nossa oferta de serviços com a possibilidade de apresentar um produto com qualidade e preços competitivos?, declarou o executivo ao lançar a rede, que passa a ser a maior da América Latina nessa tecnologia. A concessionária já tem uma rede nestes moldes no Chile, mas de menor tamanho.

Investimentos

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A operação da rede WiMAX começa ao mesmo tempo em 12 capitais. As primeiras a terem a oferta dos novos serviços são Brasília, São Paulo, Rio de janeiro, Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Luis. Apenas nessa primeira etapa, a empresa investiu R$ 175 milhões em infra-estrutura.
O projeto prevê que, até o fim do ano, a rede WiMAX chegue a 61 cidades no Brasil e, dependendo do resultado obtido nessas localidades, a Embratel poderá ampliar sua rede para até 200 cidades. Ao todo, o plano de expansão exigirá investimentos na ordem de R$ 600 milhões em três anos. Em termos de investimentos totais no ano de 2008, a companhia pretende aportar R$ 1,5 bilhão, focando especialmente na nova rede WiMAX, nos serviços coorporativos e de transporte de dados.

Escolha tecnológica

O diretor executivo de tecnologia e qualidade de rede da Embratel, Ivan Campagnolli, disse que a rede lançada hoje tem a melhor tecnologia WiMAX disponível no mercado, a 802.16e. ?Essa é uma tecnologia que vai permitir ter acesso ao consumidor final de forma mais eficiente?, analisou. Campagnolli acredita, inclusive, que a nova rede poderá ser um trampolim para a entrada futura da Embratel no 4G, dado o seu potencial de evolução.
Para montar a rede, a companhia usou as faixas em 3,5 GHz compradas em 2002. Desde essa época, a empresa vem traçando sua estratégia e preferiu aguardar a chegada da tecnologia WiMAX 802.16e a montar sua rede sobre uma tecnologia que seria em breve superada por esta nova versão. A estratégia garantiu também que a Embratel lançasse a rede tendo praticamente quitado a compra das faixas, segundo Campagnolli.

Pacotes

A empresa pretende oferecer três pacotes para as pequenas e médias empresas: um com duas linhas telefônicas e velocidade de conexão de 512 kbps, a R$ 129 por mês; outro com quatro linhas e velocidade de 1 Mbps, a R$ 189 por mês; e o último com quatro linhas e 2 Mbps de velocidade, a R$ 199 por mês. Em um primeiro momento, a empresa pretende focar as vendas nos dois primeiros pacotes, de R$ 129 e R$ 189. Todos os valores já estão com impostos.
A companhia não pretende, por enquanto, estender a oferta do novo serviço aos clientes residenciais. O motivo é simples: hoje a empresa tem um pacote convergente, oferecido em conjunto com a NET, da qual é sócia. Oferecer o serviço seria concorrer consigo mesmo.

Produção local

A Embratel também tem uma estratégia audaciosa de incentivar a produção local dos equipamentos necessários para as conexões WiMAX pelos usuários (CPEs). A empresa tem conversado com a Motorola (que já é parceira no fornecimento das CPEs) sobre o tema e tem contato com a ajuda da Intel na prospecção de outros fabricantes que teriam interesse em montar os produtos no Brasil ou, até mesmo, fabricar os componentes eletrônicos em solo nacional.
Segundo Campagnolli, a concessionária está empenhada no projeto, que poderá gerar reduções fortes no preço dos pacotes. O diretor executivo calcula que, hoje, esse equipamento representa 50% do custo do sistema de recepção necessário para a conexão WiMAX indoor. ?Ter uma ERB (estação rádio-base) totalmente nacional certamente seria uma alavanca para o serviço?, avaliou.

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