Intelsat foca em serviços e cell backhaul; constelação MEO no horizonte

Estande da Intelsat no MWC 2022 em Barcelona

A Intelsat está intensificando o processo de se tornar uma prestadora de serviços integrados à conectividade via satélite, e dois anúncios recentes da empresa no Brasil marcam essa estratégia: de um lado, a parceria com a TIM para a cobertura da Região Nordeste, atualmente com 1 mil sites e a previsão de expansão significativa em breve. "O modelo de cell backhaul é um dos eixos da nossa estratégia, e isso passa não apenas pela capacidade, mas pelo serviço completo de instalação e operação do site para as operadoras móveis", diz Ricardo La Guardia, VP de vendas da Intelsat para América Latina. 

O projeto da TIM, chamado Sky Covarege, é parte do plano da operadora de ter 100% das cidades brasileiras cobertas até 2023, com foco especificamente em áreas remotas, distritos não conectados, estradas e regiões turísticas, além de serviços para o agronegócio e IoT. Com esta estratégia, a Intelsat participou do Mobile World Congress (MWC 2022) em Barcelona.

Para reforçar a oferta de soluções integradas, e poder explorar também o segmento de redes privativas, a Intelsat anunciou esta semana parceria com a Microsoft Azure, o que permitirá a oferta combinada de conectividade via satélite com todas as aplicações que rodem na nuvem.

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Latam parceira

Outro anúncio recente da Intelsat em linha com a estratégia de ampliar a prestação de serviços integrados foi a ampliação da parceria com a companhia aérea Latam, para atendimento das aeronaves da empresa com comunicação embarcada (IFC) na frota Airbus também do Chile, Equador, Peru e Colômbia. Serão ao todo 160 aeronaves configuradas para receber o serviço de banda larga da Gogo, empresa adquirido pela Intelsat há dois anos. Ao final, a frota de aeronaves de corredor único da Latam estará toda conectada com a comunicação embarcada da Intelsat.

Estratégia com MEO e satélites definidos por software

Para La Guardia, esses movimentos reforçam a nova estratégia global da Intelsat que é reduzir a relevância no portfólio da empresa da simples venda de capacidade, e passar a agregar valor com serviços completos de comunicação. "A empresa está saindo do processo de recuperação muito mais forte e com uma nova estratégia, e com um endividamento confortável para continuar se expandindo", diz ele. Estão planejados até 2023 o lançamento de nada menos do que 12 satélites, a maior parte deles composta de equipamentos inteligentes, no modelo de satélites definidos por software.

A Intelsat também já pediu ao órgão regulador norte americano a autorização para lançar e operar uma nova constelação de satélites em órbita média (MEO), entrando assim na disputa com a O3b, da SES, e deve manter o modelo de parcerias para uso de constelações de órbita baixa (LEO).

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