Pharol: há riscos no desempenho operacional; venda da Oi Móvel é possibilidade

Foto: Pixabay

Atualmente com 5,5% de participação acionária na Oi, a Pharol, antiga Portugal Telecom, vê riscos de estar submetida ao desempenho da brasileira. Especialmente ao não enxergar na operadora, na qual chegou a ter participação majoritária (de 39,7%), um retorno mais imediato sobre investimentos. A portuguesa divulgou essa conclusão em seu balanço financeiro na semana passada, mas ressaltou: há a possibilidade de venda da Oi Móvel. 

A avaliação é de que a Oi ainda está para monetizar os frutos dos investimentos em infraestrutura de fibra até a residência (FTTH). Segundo a acionista portuguesa, "embora os indicadores mais avançados – nomeadamente número de novos clientes – sejam encorajadores, o impacto no desempenho operacional e nas contas de resultados não são ainda visíveis". De fato, no terceiro trimestre, a brasileira havia reduzido receitas e aumentado o prejuízo.

A Oi deverá divulgar no próximo dia 25 as novas informações referentes ao consolidado de 2019, mas a companhia tinha aumentando o número de homes-passed no último balanço. Foram 3,6 milhões de HPs, com expectativa de encerrar o ano com 4,6 milhões. A taxa de absorção (take-up rate) era de 12,3% já em outubro.

Notícias relacionadas

Venda da Oi Móvel

Em relação à venda de ativos, a Pharol destaca o plano de desinvestimento dos non-core, como os ativos imobiliários e a participação na Unitel, em Angola. Mas, sobretudo, a acionista está de olho na alienação do segmento móvel. "Para o futuro a curto médio prazo, parece não estar excluída a possibilidade de venda do negócio da comunicação móvel, o que, a concretizar-se, aumentaria de forma significativa a capacidade de investimento na infraestrutura de fibra."

Ao pedir, na semana passada, a homologação de uma chamada para uma nova assembleia de credores, a Oi disse apenas querer fazer ajustes no Plano da Recuperação Judicial. Porém, a empresa brasileira, possivelmente pela primeira vez, não mencionou no plano estratégico de investimentos a expansão da cobertura móvel 4G e 4,5G. Segundo apuração do jornal Valor Econômico nesse final de semana, a assembleia teria como finalidade justamente a de aprovar a venda da Oi Móvel, sem contudo mexer em prazos de pagamento das dívidas ou ampliar descontos. 

Riscos e dívida

A Pharol ressalta que há riscos econômicos em decorrência do desempenho operacional da Oi, além de riscos financeiros com a flutuação cambial do real frente ao euro. 

A companhia portuguesa ainda declara haver riscos de litígios "ou investigações" envolvendo a dívida da Rio Forte, decorrência de um calote de 897 milhões de euros feito pelo Grupo Espírito Santo na época em que a então Portugal Telecom procurava se fundir com a Oi, ainda em 2014. "Os instrumentos Rio Forte e a combinação de Negócios acarretaram riscos específicos devido à complexidade do processo de insolvência da Rio Forte e da Combinação de Negócios com a Oi". 

Atualmente, a Pharol espera receber 63 milhões de euros em recuperação ao seu crédito, ou 7,02% do investimento inicial. Isso significa uma redução de 1,5 milhões de euros ao que estava previsto anteriormente, ainda em 2019. 

1 COMENTÁRIO

  1. E a Oi continuará sendo notícia em 2020…
    Pena que a parte móvel será vendida!
    Claro e TIM vão fazer a festa com quase 40 milhoes de clientes da Oi móvel.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!