Nextel espera poder usar faixa de 800 MHz para LTE

Apesar de prever mais um ano difícil pela frente, a Nextel conseguiu diminuir o prejuízo e encerrou 2015 com a participação no leilão de sobras. Em especial, comemora a migração da base da tecnologia iDEN para o WCDMA. Com isso, além de poder oferecer dados e aumentar a receita média por usuário (ARPU), também acaba liberando espectro para um eventual refarming. A controladora Nii Holdings informou em comunicado enviado à Security Exchange Comission (SEC) dos Estados Unidos que pretende utilizar a faixa de 800 MHz no Brasil, incluindo para 4G.

A companhia afirma que a faixa atualmente é utilizada como contingente, "tornando possível o uso desse espectro para apoiar futuras tecnologias, incluindo baseadas em LTE, caso certos requerimentos técnicos, operacionais e regulatórios sejam atendidos, incluindo, por exemplo, a disponibilidade de rede e terminais compatíveis". Não seria inédito: a operadora norte-americana Sprint planeja utilizar a banda de 800 MHz para LTE, especialmente nas fronteiras com o México e o Canadá, apesar da faixa ter alocação para comunicações de segurança pública.

A Nextel ainda conta com o espectro de 1,9 GHz e 2,1 GHz para o 3G no Brasil, e utiliza a faixa de 1,8 GHz para oferecer LTE no Rio de Janeiro. O lote comprado no leilão de sobras no final do ano passado foi de 30 MHz também na faixa de 1,8 GHz e custou R$ 455 milhões à empresa.

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A companhia espera poder continuar a utilizar a iDEN para procurar "colher a lucratividade de nossa rede legada", embora não diga exatamente como. A própria Nii reconhece que os clientes estão migrando para planos mais baratos com o iDEN ou para o 3G, e que acredita que a "habilidade e vontade da Motorola Solutions e da Motorola Mobility de continuar a oferecer suporte a nossa rede iDEN pode ser afetada" por conta da redução na demanda mundial por esses terminais.

Outras medidas

A companhia também prevê mais redução de custos, incluindo "reduções nas forças de trabalho para diminuir ainda mais os custos operacionais". Em dezembro, a Nextel contava com 2.833 funcionários no Brasil. A Nextel pretende eliminar "alguns canais de distribuição" e revisar as estratégias de subsídio e de comissão.  O foco da empresa continuará voltado para os clientes 3G e 4G.

A companhia declara que tem obrigações de empréstimos a bancos no Brasil que começam no dia 30 de junho, e afirma que é improvável conseguir atender aos requerimentos para satisfazer o pacto original. Assim, acredita que terá de refinanciar a dívida ou negociar emendas para os acordos de financiamento, ou mesmo recorrer a seguradores para evitar um potencial default. A companhia afirma que considera uma "preocupação recorrente" o desempenho no País.

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