O mercado de TV por assinatura fechou o ano de 2019 com uma queda de praticamente 10%, ou 1,78 milhão de clientes a menos, totalizando em dezembro 15,78 milhões de clientes, mesmo patamar que o mercado tinha em outubro de 2012. A erosão na TV paga é equivalente à enfrentada pelo mercado de telefonia fixa, em termos percentuais, que em 2019 perdeu 10,3% da base de clientes. Foi o pior ano da história do mercado de TV paga em termos de perda de assinantes. O grupo Claro perdeu sozinho 834 mil assinantes no ano, fechando com 7,76 milhões. A Sky perdeu 591 mil, totalizando em 2019 4,69 milhões de clientes. A Vivo perdeu 246 mil assinantes, para um total de 1,32 milhão. E a Oi perdeu 84 mil assinantes, ficando com uma base de 1,517 milhão. A Algar foi a operadora que percentualmente mais perdeu base (19%), com uma erosão de 15,8 mil clientes no ano, fechando com pouco mais de 68 mil assinantes. Outras operadoras de menor porte fecharam 2019 com 424 mil assinantes. No mês de dezembro a tendência de queda registrada ao longo de todo o ano se manteve, com uma perda de 136 mil assinantes a menos.
Novas estratégias
Durante o ano, algumas mudanças de estratégias importantes foram verificadas entre as operadoras. A Vivo TV abandonou a venda de DTH e está focada na oferta do serviço por banda larga. A base de assinantes da empresa por IPTV superou o DTH e hoje a Vivo está inclusive partindo para a oferta OTT, por meio de aplicativos. A Oi TV foi pelo mesmo caminho e parou de priorizar o DTH, apesar de não ter ainda suspendido a venda. A Claro ainda não deu nenhum passo mais agressivo em relação a uma mudança de estratégia, mas a operação de DTH, por exemplo, perdeu 22% da base em 2019, fechando o ano com pouco mais de 1,2 milhão de clientes. O cabo da Claro também perdeu base, mas em ritmo menor do que a queda do mercado (a perda percentual foi de 7%). A Sky segurou investimentos por conta da indefinição sobre o futuro da AT&T no Brasil depois dos sinais de que a compra da WarnerMedia poderia não ser aprovada. O assunto está pendente na Anatel.
Apesar das discussões sobre uma eventual mudança de modelo regulatório no Congresso, nada de concreto aconteceu. Na frente regulatória, o entendimento da Anatel, até aqui, também é limitador da evolução dos serviços lineares para o modelo OTT. Também houve um forte avanço percebido da pirataria de sinais por meio de aplicativos de banda larga, além do avanço das ofertas de streaming. Tudo isso, somado à lenta recuperação econômica e ao custo dos serviços, ainda fortemente atrelados a grandes pacotes de canais, são fatores comumente apontados como causas para a perda acentuada de assinantes.
No dia 11 de fevereiro, em Brasília, a TELETIME e o Centro de Políticas, Direito, Economia e Tecnologias das Comunicações da Universidade de Brasília (CCOM/UnB) discutem o impasse para a renovação do modelo, com presença do presidente da Ancine, Alex Braga, e do conselheiro da Anatel Moisés Moreira. Mais informações sobre o evento pelo site www.politicasdetelecom.com.br.
Abaixo, o gráfico que mostra o ritmo de perda de base em 2019: